SEPULTURA – Machine Messiah



A verdade é, desde Roots (1996), momento que crava na história do SEPULTURA a saída de Max Cavalera, que ouvimos que o lançamento da vez é o melhor disco da carreira da banda. Foi assim desde Against (1998) e segue até os dias de hoje. Mas, sejamos lúcidos: em 32 anos de carreira, o novo disco, o 14º álbum nesta trajetória é – numa crescente evolução no quesito experimentalismo, coragem e honestidade para continuar fazendo metal de qualidade – um disco de Thrash metal sofisticado, moderno, mas que ainda merece a ação do tempo para de fato se tornar o clássico que anuncia toda a crítica especializada. Gravado no Fascination Street Studios, na Suécia, o disco é novo, mas não tão novo assim. A banda, desde Dante XXI (2006), vem aos poucos nos apresentando uma série de elementos que aparecem com força no recente trabalho. Quando se escuta com atenção os discos anteriores da carreira da banda, se ouvem vocais limpos, instrumentos tradicionais, violinos, violões, maracatu, groove e mais um tanto de coisas que se vê em Machine Messiah. A diferença é que agora, os músicos contam com o ótimo Eloy Casagrande no comando das baquetas, que confere outro dinamismo às músicas, e, nesse disco, com a produção do sueco Jens Bogren (SOILWORK, OPETH, KATATONIA, AMON AMARTH), que condensou todos esses elementos nesse belíssimo trabalho que a Nuclear Blast distribui ao mundo. O disco explora o tema da robotização da sociedade nos dias de hoje e a capa nos faz lembrar grafismos antes explorados pela banda em outros trabalhos como em Arise (1991) e A-lex (2009), só que agora em cores vivas, expressas na pintura “Deus Ex-Machina” da artista filipina Camille Dela Rosa. Impressionam Sworn Oath, Cyber God, Resistant Parasites e a instrumental Iceberg Dances. Dê o play e descubra você mesmo! Nota: 9,0

 Por Ramon Teixeira

 Faixas: 1- Machine Messiah / 2-I Am The Enemy / 3-Phantom Self / 4-Alethea / 5-Iceberg Dances / 6-Sworn Oath / 7-Resistant Parasites / 8-Silent Violence / 9-Vandals Nest/ 10-Cyber God