Brutalidade pouca é bobagem. Parece que em Narcohell, terceiro álbum dos cariocas do LACERATED AND CARBONIZED produzido por Felipe Eregion (UNEARTHLY), mixado e masterizado pelo produtor alemão Andy Classen (DESTRUCTION, KRISIUN, TANKARD) no Stage One Studios, Alemanha, essa máxima foi levada bem a serio, pois o que não falta aqui é uma avalanche sonora muito bem executada em todos os elementos (instrumental, dinâmica heterogênea, boa gravação e feeling). Diante do tenso cenário do Estado, mas principalmente da capital, do Rio de Janeiro, com a guerra civil contra o crime e o tráfico em níveis alarmantes, principalmente após a recessão econômica e sócio-política que o Brasil começou vem sofrendo em especial de 2015 para 2016, Narcohell é como se fosse um grito enfurecido que o país precisa colocar pra fora. A trinca inicial que se abre repleta de fúria com Spawned in rage, seguida pela faixa titulo e Bangu 3, com a participação de Marcus D’Ângelo do CLAUSTROFOBIA, já incita ‘mosh-pits’ de assustar qualquer desavisado. Agora, que batera é aquela em The urge? Além de excelentes viradas, o pedal-duplo é arrebenta as peles do bumbo sem misericórdia. Embora, todas as faixas mostram bons desempenhos, ainda se destacam Condition red, Parallel state, Broken, com a participação de Mike Hrubovcak do MONSTROSITY, e Hell de Janeiro, uma descrição fiel do desespero e o medo naquela que é nomeada como a “cidade maravilhosa”. De fato Jonathan Cruz (vocal), Caio Menconça (guitarra), Paulo Doc (baixo) e Victor Mendonça (bateria) são uma das melhores bandas do Metal extremo brazuca surgida nos anos 2000 e candidatos altamente gabaritados para ajudar a carregar a bandeira desta cena por vários anos à frente. Nota: 9,5
Por Écio Souza Diniz
Faixas: 1. Spawned In Rage / 2. NarcoHell / 3. Bangu 3 / 4. Severed Nation / 5. The Urge / 6. Broken / 7. Terminal Greed / 8. Condition Red / 9. Ruinous Breed / 10. Decree Of Violence / 11. Parallel State / 12. Hell De Janeiro / 13. Mass Social Suicide