MUTILATOR - Discografia comentada

Por Écio Souza Diniz

GRAVE DESECRATION (1985)

Uma pérola, é o que é esta demo que foi o primeiro registro dos mineiros do Mutilator. Cru, agressivo e único. Os caras conseguiram fazer um som primitivo, mas ao mesmo tempo muito bem trabalhado. Calcado em um Death metal rápido e visceral, nos faz sentir o sangue ferver em todas as faixas. A abertura fica por conta da mortal e cortante Mutilator, seguida pela rápida e instigante ao mosh, Visions of darkness e a bate cabeça, Evil conspiracy. Simplesmente único, quem tem este vinil ou cassete e é um real apreciador da cena daquela época, deve guardá-lo sob sete chaves.



Faixas: 1-Mutilator / 2-Evil conspiracy / 3-Visions of darkness

IMMORTAL FORCE (1987)



Este álbum é um registro histórico na cena underground nacional, uma referência ao Death/Trash metal brasileiro até os dias atuais. Com músicas fortes, bem lapidadas e com peso na medida certa, é um soco na cara do início ao fim, nos fazendo querer agitar no decorrer de todas as músicas. A marcante Memorial Stone without name abre o disco em grande estilo, acompanhada pela bateria ensurdecedora e riffs rápidos e cortantes de Bloodstorm. A pancadaria continua com a marcha da morte de War dogs e os destaques pra pegada Trash de Brigade of hate e a intrépta faixa-título. Clássico e fundamental na coleção de headbangers fãs de Death e Trash oldschool.

Faixas: 1-Memorial stone without name / 2-Bloodstorm / 3-Butcher / 4-War dogs / 5-Mutilator / 6-Brigade of hate /7- Immortal force / 8-Tormented soul /9- Paranoic command

INTO THE STRANGE (1987)



Uma aula de Trash metal. É o que representa este último trabalho do Mutilator. Deixando o Death um pouco de lado, tiveram uma significativa evolução musical neste disco, apresentando músicas mais complexas, maduras e repletas de solos harmoniosos e bem elaborados. Já com a formação bem modificada, ainda conseguiram realizar um ótimo trabalho. Já de cara se inicia o álbum com uma intro (Raise the strange) a-la Metallica, mas o pau começa a quebrar em Vanishing in the haze, passando pelo destaque do vocal mais ácido e roço dentre as outras músicas em Greetings (To the dead). A coisa continua de forma interessante com Fighting the past e seus riffs secos e bateria direta, A place to go com um dos riffs mais marcantes de todo álbum e um baixo notavelmente estralado (outro destaque ouvido no decorrer do álbum). A faixa – título também é um petardo, com destaque aos seus solos bastante harmoniosos e o fechamento do disco ocorre com chave de ouro com a instrumental Five minutes beyond the wall, onde eles mostraram que sabem compor e não somente fazer uma avalanche sonora. O que dizer de uma banda como esta?!? Pena que não se fazem tantas boas como esta hoje em dia.

Faixas: 1-Raise the strange (inst.)/ 2-Vanishing in the haze / 3-Greetings (To the dead) / 4-Lost words / 5-Fighting the past / 6-Into the strange/ 7-Five minutes beyond the wall (inst.) / 8-A place to go