O surgimento de uma lenda, o início de um legado, um exemplo de luta e paixão pelo Metal, que transcorreria muitos anos. Creio ser esta, uma boa definição para este primeiro registro da nossa DORSAL ATLÂNTICA. Ao lado dos conterrâneos da METALMORPHOSE, e com poucos recursos disponíveis, lançaram este Split que já nasceu clássico e raro. A postura agressiva, visual carregado, e encenação de serimônia ocultista nos shows, fizeram da DORSAL um ícone entre os Headbangers. Os riffs diretos, rápidos e gritos agudos sob composições orgânicas, são o que torna este registro tão especial, visto que remonta a época em que o Metal cantado em português estava em alta, dando grande valorizam ao nosso movimento de vanguarda neste aspecto. ‘Império de Satã’ é uma música facilmente assimilável, como as demais, e que mostra com perfeição, o lado soturno do Metal que tanto gostamos. Com uma introdução venenosa e pegada rápida, ‘Catástorfe’, é outro clássico, seguida pelas partes mais cadenciadas de ‘Armagedon’. O encerramento se dá com a rápida ‘Princesa do prazer’, e o hino entoado por ‘Heavy Metal’. Indispensável ao conhecimento de qualquer fã desta boa fase do Metal nacional.
Faixas:
1-Império de Satã / 2-Catástrofe / 3-Armagedon / 4-Princesa do prazer / 5-Heavy Metal
Um clássico absoluto do Metal e do Crossover brasileiro. “Antes do fim”, foi a união do punk/Hardcore com o Metal, quebrando deste modo a muralha entre as bandas e a cena paulista e a carioca. Desta forma, estabeleceu-se um grande intercâmbio entre selos dos dois estados, posteriormente ao seu lançamento. Também vale relembrar que a banda nacional que obteve maior sucesso mundial em outrora, o SEPULTURA, foi formado após Max Cavalera assistir a um show dos cariocas, e ter ficado impressionado com a presença de palco dos mesmos. A rápida e cativante ‘Caçador da noite’, é um clássico incontestável da banda, e precede a ótima ‘HLTV-3’ , também com refrão marcante e que fala sobre o vírus HIV, mostrando a preocupação em tratar de grandes problemas sociais nas letras, sobretudo que na realidade brasileira. ‘Álcool’ é uma das melhores e mais renomadas faixas deste álbum. As sufocantes temáticas de ‘Depressão suicida’ e ‘Vorkuta’, dão uma roupagem de primeira mão a agilidade de ambas. ‘Josephe Mengele’ é aclamada por muitos hoje em dia, como sendo uma das mais ácidas músicas da banda. Os riffs eficazes e inconfundíveis da inspirada ‘Guerrilha’, são um dos pontos altos do disco, transformando-se inclusive, num sinônimo da história da DORSAL ATLÂNTICA. O término do álbum fica por conta da emblemática ‘Inveja’, e a intimadora e mais rápida do set list, ‘Morte aos falsos’, que é um chute na cara de todos os falsos no meio do Metal. Realmente um pilar para a cena brasileira.
Faixas:
1-Caçador da noite / 2-HTLV-3 / 3-Álcool / 4-Depressão suicida / 5-Vorkuta / 6-Joseph Mengele / 7-Guerrilha / 8-Inveja / 9-Morte aos falsos
Faixas:
1-Caçador da noite / 2-HTLV-3 / 3-Álcool / 4-Depressão suicida / 5-Vorkuta / 6-Joseph Mengele / 7-Guerrilha / 8-Inveja / 9-Morte aos falsos
DIVIDIR E CONQUISTAR (1988)
Já abandonando o visual carregado com correntes, roupas de couro, tarraxas e spikes, para adotar o uso da roupa comum de todo dia, neste trabalho a banda também está mais direcionada a problemas sociais, com as músicas ainda bem orgânicas, porém com o vocal mais fácil de entender, e isto dá inúmeros saldos positivos à “Dividir e conquistar”. Não é de se surpreender que muitos fãs mais ardorosos de outrora, viraram as costas para a banda devido a esta “amenizada”. No entanto, o mérito deste disco é incontestável, visto logo de cara na abertura com ‘Tortura’, com seus riffs inesquecíveis.
Faixas:
Faixas:
1-Tortura / 2-Vitória / 3-Violência é real / 4-Metal desunido / 5-Morador das ruas / 6-Lucrecia Bórges / 7-Velhice / 8-Preso ao passado
CHEAPTAPES FROM DIVIDE AND CONQUER (1988)
Lançar esta versão com músicas do “Dividir e conquistar” cantadas em inglês, foi um passo importante para a divulgação da banda fora do país. No mesmo ano as músicas Victory’ ‘Dweller of the streets’ foram editadas na Suíça pelo selo Flight 19 Records. Já no ano seguinte, uma versão em cassete de ‘Divide and conquer’ foi distribuída na Bélgica. Apesar do toque diferente que deu ter estas músicas em inglês, eu as prefiro em português, pois são 100% brasileiras, não soando similar com nada feito lá fora.
Faixas:
1-Desunited Metal / 2-Victory / 3-Dweller of the streets / 4-Lucrecia Borgia / 5-Violence is real
Lançar esta versão com músicas do “Dividir e conquistar” cantadas em inglês, foi um passo importante para a divulgação da banda fora do país. No mesmo ano as músicas Victory’ ‘Dweller of the streets’ foram editadas na Suíça pelo selo Flight 19 Records. Já no ano seguinte, uma versão em cassete de ‘Divide and conquer’ foi distribuída na Bélgica. Apesar do toque diferente que deu ter estas músicas em inglês, eu as prefiro em português, pois são 100% brasileiras, não soando similar com nada feito lá fora.
Faixas:
1-Desunited Metal / 2-Victory / 3-Dweller of the streets / 4-Lucrecia Borgia / 5-Violence is real
SEARCHING FOR THE LIGHT (1990)
A primeira Ópera Metal brasileira e também o início de uma trilogia, que teve como objetivo, narrar a constante busca do ser humano por paz e iluminação, foram o “choque de gestão” da DORSAL com “Searching for the light”. Neste álbum, eles também deram início a um processo de aprimoramento como compositores, que dignamente só evoluiu mais ainda com o passar dos anos. Composto por músicas mais complexas, cantadas agora em inglês e criando figurativamente a imagem de uma república de terceiro mundo, análoga aos grandes contrastes culturais e de desigualdade do Rio de Janeiro, a nossa DORSAL ATLÂNTICA começou a ser vista com olhos mais atentos na Gringolândia. A abertura do set list se dá com os riffs e refrão marcantes de ‘Hierarchic democracy’, complementada pela bateria cativante e ótima letra de ‘Fighting in gangs’, que cita o abuso do poder policial. Um solo de alto nível nos é mostrado em ‘Misery spreads’, seguida da envolvente e complexa ‘Not to leave the power’. A realidade sufocante da sociedade brasileira é o prato cheio de ‘Only one of them (Must be left)’. Uma passagem ligeira e a mais H.C. do álbum está em ‘Gathered’, que sucede a compassada e marcante ‘The ones left scream’, que aborda aspectos sobre mentes corrompidas pela violência. ‘History starts (To take a route)’, a mais bem elaborada de todas, fecha o álbum com chave de ouro.
Faixas:
MUSICAL GUIDE FROM STELLIUM (1992)
A segunda parte da trilogia, “Musical guide from stellium”, mostra a banda um passo a frente como compositores. Considero este como o trabalho mais difícil de descrever da DORSAL, pois, ao mesmo tempo que algumas músicas são uníssonas em seus elementos, elas possuem atrativos difíceis de serem assimiladas em poucas audições. A porrada de ‘Razor’s edge’, com uma das linhas de bateria mais rápidas de Guga, abre em grande estilo o disco, seguida da também furiosa, ‘Recycle’. ‘The hidden and unexpected’ é aquela com lado punk, tão influente no som da banda. Um aura mística embalada por muito peso constitui ‘Kali Yuga’, que precede a harmoniosa e progressiva ‘The seven races’. ‘Rock is dead’ é marcante, e nos fala sobre a superficialidade que assombra muitas vezes este estilo que tanto amamos. Os riffs marcantes e de porte de bate-cabeça de ‘Warrior’, é um dos melhores momentos do álbum, acompanhados pelas melodias mais cadenciadas e cativantes de ‘My generation’. ‘Prison cell stage’ e ‘Thy will be done’ fecham este álbum, sendo esta ultima mais Heavy Metal com uma atmosfera meio Doom, com o destaque de ser cantada em quatro línguas (alemão, francês, espanhol e inglês).
ALEA JACTA EST (1994)
OMNISCIENS: Tributo ao DORSAL ATLÂNTICA (1996)
Finalmente, o reconhecimento. Em uma época na qual a possibilidade do término das atividades já assombrava a banda, este tributo prestado por bandas brasileiras à DORSAL, quando a mesma ainda estava em plena atividade, inspirou não somente os fãs da banda, a banda em si, mas toda a cena nacional. Também serviu para relembrar à todos, os pioneiros que estes cariocas foram para o Metal Tupiniquim. Repleto de versões matadoras dos grandes clássicos da banda, este tributo nos causa “um sentimento inabalável como história”.
Faixas:
STRAIGHT (1996)
“O trabalho mais diverso e bem elaborado da DORSAL ATLÂNTICA”, é o conceito que podemos dar à “Straight”. Como foi dito pelo próprio Carlos Lopes, este álbum nos apresenta músicas com a simplicidade do punk, a velocidade do Hardcore e a agressividade do Thrash metal. Também é de suma importância, atentarmo-nos para o fato de que graças à gravação de “Straight” ter ocorrido na Inglaterra, isto permitiu que pela primeira vez a banda pisasse em solo estrangeiro, fazendo bons shows pela Europa e tendo a maior exposição de sua carreira, além é claro do resultado final do trabalho ter sido excelente. A intro com ‘6:45’ já dá o presságio de que lá vem pancadaria sonora por aí, seguida do avassalador Thrashcore de ‘Sign of the times’. As diretas ‘God complex’ e ‘Rapist’, fazem a abertura para a impecável e marcante faixa-título, com o belo hino punk de ‘Who the fuck do you think you are’ vindo na seqüência. ‘Dor’, uma das mais brutais do álbum e da DORSAL, é um soco no estômago que fala sobre a dor e tormento que a urbanização nos causa muitas vezes. A linha sincrônica de baixo e bateria é um grande atrativo em ‘All the women (I’ve loved)’, acompanhada pelos riffs mais marcantes do álbum em ‘Black mud’, que dá lugar a rápida e matadora ‘Carniceria’. O andamento mais arrastado de ‘H.I.V.’, cria uma atmosfera apropriada ao polêmico tema do qual ela trata. ‘Extreme conditions’ é agonizante e forma um belo par ao lado de ‘Corporate discrimination’, com ultrasônicas passagens metrancadas de bateria nesta última. Uma tríade excelente e equilibrada é formada por ‘Madness’, ‘Seasons of decay’ e ‘Walls’. Acordes marcantes do baixo constituem ‘Bollocks’. Um clima tenso e agonizante é característico em ‘Blood pact’, e é completada a facada com ‘In line’, a mais bate-cabeça do álbum. Os vocais guturais que compõe algumas partes de ‘Heretic (Jacques de Molay)’, juntos à cadenciada e agressiva ‘Mothers of tomorrow’, são outro grande momento de “Straight”. ‘Racial patterns’ e ‘Sucess and fall’, fecham energicamente esta obra-prima do Metal nacional, e infelizmente último trabalho de estúdio destes excepcionais guerreiros do underground.
Faixas:
TERRORISM ALIVE (1999)
Aqui neste disco, está registrada toda a fúria destes grandes representantes do som pesado nacional. Não há o que dizer de negativo do set list que vemos aqui, todas as músicas são executadas com garra, mantendo o excelente nível que ouvimos nas mesmas em versão de estúdio. A sequência do álbum "Straight" que abre este disco, composta por 'Sign of the times', 'God's complex', 'Rapist', 'Who the fuck do you think you are', 'Dor', 'All the women' e 'Black mud', é de deixar pescoço dolorido de tanto bater cabeça. Não deixam de estar presentes também os grandes clássicos da banda como 'Velhice', 'Vitória', 'Guerilha' e uma versão simplesmente destruídora de 'Caçador da noite'. Outras pedradas executadas com precisão como 'Thy kindgom come' e 'The ones left screaming', tornam engrossam mais ainda o caldo. Para completar este petardo, eles tocam o set list do "Ultimatum" na íntegra, e fecham com uma pegada apoteótica de 'Morte aos falsos'. Avalanche sonora, é o melhor termo para este ao vivo da DORSAL. Indicado para todos os bangers, que curtem um Metal direto e sem frescuras.
Faixas:
1 -Sign of the times / 2 -God's complex / 3 -Rapist / 4 -Who the fuck do you think you are / 5 -Dor / 6 -All the women (I've loved) / 7 -Black mud / 8 -Velhice / 9 -Vitória / 10-The ones left screaming / 11–H.I.V / 12-Madness / 13-Blood pact / 14-Caçador da noite / 15-Thy kingdom come / 16-Take time / 17-Tortura / 18-Guerrilha / 19-Império de satã / 20-Catástrofe / 21-Armagedon / 22-Princesa do prazer / 23-Heavy metal / 24-Morte aos falsos
ULTIMATUM OUTTAKES 1982-1985 (2002)
"Ultimatum outtakes" é uma compilação de suma importância, para quem deseja conhecer como eram os enérgicos shows da banda no início. Estão presentes neste disco, todos os grandes clássicos da banda da fase "Ultimatum" e "Antes do fim", sendo executados em diferentes shows. Há relíquias históricas aqui como 'Hecatombe', 'Periferia' e 'Dorsal atlântica' (instrumental), nunca executadas em nenhum álbum da banda. Para fechar, temos aqui a versão mais cheia de ódio de 'Morte aos falsos', que remonta a clássica história do show de Lambari-MG, no qual ocorreu a saída do baterista Marcos "Animal" (baterista que gravou "Ultimatum"). Quem já leu o livro "Guerrilha: a história da DORSAL ATLÂNTICA", sabe desta história. Relíquia!
Faixas:
1-Catástrofe / 2-Armagedon / 3-Princesa do prazer / 4-Dorsal Atlântica / 5-Hecatombe (Rehearsal) / 6-Periferia / 7-Radio italiana / 8-Morte aos falsos (Rehearsal) / 9-Tortura (Rehearsal) / 10-Catástrofe / 11-Princesa do prazer / 12-Catástrofe / 13-Abandono o seu Deus/ 14-Princesa do prazer / 15-Armagedon / 16-Morte aos falsos
Pelagodiscus atlanticus: The old, the rare, the new (2002)
Para comemorar duas décadas de história da DORSAL na cena, a gravadora Encore lança esta compilação dupla, que tem lados B e músicas que vão da primeira demo (de 1982) até a última (de 1998). Além de versões demos de músicas dos álbuns da banda, há músicas nunca ouvidas antes em registros oficiais como 'Abandono o seu Deus' (cheia de energia e
com toda a rebeldia do à época, polêmico Carlos Vândalo), as músicas 'Ela não acaba assim' e 'Guerra' (da primeira demo da banda), que mostram um som bastante rústico numa pegada mais Hard rock. O segundo disco tem como especiarias, as faixas da última demo gravada, que por sinal estão entre as mais pesadas da banda. São elas: 'Cold melancholy' (sufocante e pesada), 'Crianças em extinção' (um pesadelo, bastante Grindcore), 'Molested', 'X-Files', 'Global Village' (outra ultrasônica com a melhor pegada de bateria de Guga, excutando Blast beats incríveis) e 'Psychic' (marcante, facilmente um grande hit da DORSAL). O restante da qualidade do material, além das músicas, é adornado por um encarte de luxo digno de respeito. Digo sem meias palavras, é um item indispensável na coleção de qualquer fã da banda e admirador do underground nacional.
Faixas:
Disco 1
1-Princesa do prazer / 2-Abandono o seu Deus / 3-Ela não acaba assim / 4-Guerra / 5-Caçador da noite / 6-HTLV-3 / 7-Josephe Mengele / 8-Tortura / 9-Guerrilha / 10-Radio australiana / 11-Lucrécia Bórgia / 12-Desunited Metal / 13-Hierarchic democracy / 14-Childish boots and steps / 15-The hidden and unexpected / 16-Seven races
Disco 2
1-Velhice / 2-Take time / 3-Straitgate / 4-Black messiah/Loyal legion of the admires / 5-Cold melancholy / 6-Who the fuck do you think you are / 7-In line / 8-Heretic / 9-Mothers of tomorrow/
10-Walls / 11-Crianças em extinção / 12-Psychic / 13-Molested / 14-X-Files / 15-Global village
16-Psychic (Remix)
Faixas:
1-Hierarchic democarcy / 2-Fighting in gangs / 3-Misery spreads / 4-Only one of them (Must be left) / 5-Gathered prisoners / 6-Childish boots and steps / 7-The ones left scream / 8-History starts (To take a route)
MUSICAL GUIDE FROM STELLIUM (1992)
A segunda parte da trilogia, “Musical guide from stellium”, mostra a banda um passo a frente como compositores. Considero este como o trabalho mais difícil de descrever da DORSAL, pois, ao mesmo tempo que algumas músicas são uníssonas em seus elementos, elas possuem atrativos difíceis de serem assimiladas em poucas audições. A porrada de ‘Razor’s edge’, com uma das linhas de bateria mais rápidas de Guga, abre em grande estilo o disco, seguida da também furiosa, ‘Recycle’. ‘The hidden and unexpected’ é aquela com lado punk, tão influente no som da banda. Um aura mística embalada por muito peso constitui ‘Kali Yuga’, que precede a harmoniosa e progressiva ‘The seven races’. ‘Rock is dead’ é marcante, e nos fala sobre a superficialidade que assombra muitas vezes este estilo que tanto amamos. Os riffs marcantes e de porte de bate-cabeça de ‘Warrior’, é um dos melhores momentos do álbum, acompanhados pelas melodias mais cadenciadas e cativantes de ‘My generation’. ‘Prison cell stage’ e ‘Thy will be done’ fecham este álbum, sendo esta ultima mais Heavy Metal com uma atmosfera meio Doom, com o destaque de ser cantada em quatro línguas (alemão, francês, espanhol e inglês).
Faixas:
1-Razor’s edge / 2-Recycle yourself / 3-The hidden and unexpected / 4-Kali Yuga (From Vishnu Purana) / 5-The seven races / 6-Rock is dead / 7-Warrior / 8-My generation / 9-Prison cell stage / 10-Thy will be done
ALEA JACTA EST (1994)
Este “Alea jacta est” é o trabalho mais “inacessível” da DORSAL ATLÂNTICA, ou seja, é repleto de mensagens metafóricas atreladas a uma sonoridade brutal, sendo que foi aqui o ápice da banda em composição, e também encerra a última parte da saga que narra a busca do homem pela iluminação. A abertura do álbum ocorre com ‘Thy kindgom come’, uma das músicas mais brutais da banda, que inclusive teve seu vídeo clip cortado da MTV, devido à presença de cenas que mostravam prostituição nas ruas do Rio. Em seguida, ‘Give people a chance’ segue uma linha a lá “Dividir e conquistar’, porém calcada em uma técnica bem maior. ‘R.I.P’ é uma música extrema, flertando com o Death metal, seguida de ‘Straitgate’, com um solo matador no início e os riffs mais marcantes deste trabalho, criando uma atmosfera obscura. A rapidez chega no seu ponto mais alto em ‘Raise the dead’, que sucede a perfeita sincronia em ‘Human reights’ (com a melhor letra do álbum), para depois cair na ultrasônica ‘Virtual reality’ (com passagens de bateria que flertam com o Black metal). Uma atmosfera melancólica e andamento cadenciado podem ser conferidos em ‘Last act’. Já ‘Black messiah’ apresenta uma variação bem elaborada, contrastando partes rápidas com outras mais lentas. O momento H.C impiedoso do álbum aparece em ‘Loyal legion of the admirers’, ‘Take time’ e ‘Summary condemnation’, com esta última seguindo uma linha punk mais tradicional. A rápida ‘Tribute to Gauguin’ fecha com chave de ouro o set list, tendo como peculiaridade, a imitação de um porco pelo baterista Guga ao final da música, fazendo uma referência irônica a música ‘Piggies’ do “Álbum branco” dos BEATLES, que é banda da qual o produtor Gauguin é um ardoroso fã. “Alea jacta est”: Pesado, enigmático e envolvente.
Faixas:
1-Thy kingdom come / 2-Give people a chance /3-R.I.P (Racism, ingnorance, prejudice) / 4-Straitgate / 5-Raise the dead / 6-Human rights / 7-Virtual reality / 8-Last act / 9-Black messiah / 10-Loyal legion of the admirers / 11-Take time / 12-Tribute to Gauguin/ 13-Summary condemnation
OMNISCIENS: Tributo ao DORSAL ATLÂNTICA (1996)
Faixas:
1-Álcool-HEADHUNTER D.C. / 2-Princesa do prazer-AVALON / 3-Guerrilha-RESTLESS/ 4-Violência é real-INSANITY / 5-Fighting in gangs-DECOMPOSED GOD / 6-Caçador da noite-ENDOPARASITIES / 7-Tortura-MYSTICAL VISION / 8-Joseph Mengele-GENOCIDIO / 9-Presos comuns amontoados como animais- THE OUTSIDERS / 10-Raise the dead-NO RETURN / 11-Razor’s edge-G.S. TRUDS / 12-Thy kingdom come-TUMULTO / 13-Vitória-JACK DANIEL’S INCORPORATION
“O trabalho mais diverso e bem elaborado da DORSAL ATLÂNTICA”, é o conceito que podemos dar à “Straight”. Como foi dito pelo próprio Carlos Lopes, este álbum nos apresenta músicas com a simplicidade do punk, a velocidade do Hardcore e a agressividade do Thrash metal. Também é de suma importância, atentarmo-nos para o fato de que graças à gravação de “Straight” ter ocorrido na Inglaterra, isto permitiu que pela primeira vez a banda pisasse em solo estrangeiro, fazendo bons shows pela Europa e tendo a maior exposição de sua carreira, além é claro do resultado final do trabalho ter sido excelente. A intro com ‘6:45’ já dá o presságio de que lá vem pancadaria sonora por aí, seguida do avassalador Thrashcore de ‘Sign of the times’. As diretas ‘God complex’ e ‘Rapist’, fazem a abertura para a impecável e marcante faixa-título, com o belo hino punk de ‘Who the fuck do you think you are’ vindo na seqüência. ‘Dor’, uma das mais brutais do álbum e da DORSAL, é um soco no estômago que fala sobre a dor e tormento que a urbanização nos causa muitas vezes. A linha sincrônica de baixo e bateria é um grande atrativo em ‘All the women (I’ve loved)’, acompanhada pelos riffs mais marcantes do álbum em ‘Black mud’, que dá lugar a rápida e matadora ‘Carniceria’. O andamento mais arrastado de ‘H.I.V.’, cria uma atmosfera apropriada ao polêmico tema do qual ela trata. ‘Extreme conditions’ é agonizante e forma um belo par ao lado de ‘Corporate discrimination’, com ultrasônicas passagens metrancadas de bateria nesta última. Uma tríade excelente e equilibrada é formada por ‘Madness’, ‘Seasons of decay’ e ‘Walls’. Acordes marcantes do baixo constituem ‘Bollocks’. Um clima tenso e agonizante é característico em ‘Blood pact’, e é completada a facada com ‘In line’, a mais bate-cabeça do álbum. Os vocais guturais que compõe algumas partes de ‘Heretic (Jacques de Molay)’, juntos à cadenciada e agressiva ‘Mothers of tomorrow’, são outro grande momento de “Straight”. ‘Racial patterns’ e ‘Sucess and fall’, fecham energicamente esta obra-prima do Metal nacional, e infelizmente último trabalho de estúdio destes excepcionais guerreiros do underground.
Faixas:
1-6:45 / 2-Sign of the times / 3-God complex / 4-Rapist / 5-Straight / 6-Who the fuck do you think you are / 7-Dor / 8-All the woman (I’ve loved) / 9-Black mud / 10-Carniceria / 11-H.I.V / 12-Extreme conditions / 13-Corporate discrimination / 14-Madness / 15-Seasons of decay / 16-Walls / 17-Bollocks / 18-Blood pact / 19-In line / 20-Heretic (Jacques de Molay) / 21-Mothers of tomorrow/ 22-Racial patterns / 23-Success and fall
Aqui neste disco, está registrada toda a fúria destes grandes representantes do som pesado nacional. Não há o que dizer de negativo do set list que vemos aqui, todas as músicas são executadas com garra, mantendo o excelente nível que ouvimos nas mesmas em versão de estúdio. A sequência do álbum "Straight" que abre este disco, composta por 'Sign of the times', 'God's complex', 'Rapist', 'Who the fuck do you think you are', 'Dor', 'All the women' e 'Black mud', é de deixar pescoço dolorido de tanto bater cabeça. Não deixam de estar presentes também os grandes clássicos da banda como 'Velhice', 'Vitória', 'Guerilha' e uma versão simplesmente destruídora de 'Caçador da noite'. Outras pedradas executadas com precisão como 'Thy kindgom come' e 'The ones left screaming', tornam engrossam mais ainda o caldo. Para completar este petardo, eles tocam o set list do "Ultimatum" na íntegra, e fecham com uma pegada apoteótica de 'Morte aos falsos'. Avalanche sonora, é o melhor termo para este ao vivo da DORSAL. Indicado para todos os bangers, que curtem um Metal direto e sem frescuras.
Faixas:
1 -Sign of the times / 2 -God's complex / 3 -Rapist / 4 -Who the fuck do you think you are / 5 -Dor / 6 -All the women (I've loved) / 7 -Black mud / 8 -Velhice / 9 -Vitória / 10-The ones left screaming / 11–H.I.V / 12-Madness / 13-Blood pact / 14-Caçador da noite / 15-Thy kingdom come / 16-Take time / 17-Tortura / 18-Guerrilha / 19-Império de satã / 20-Catástrofe / 21-Armagedon / 22-Princesa do prazer / 23-Heavy metal / 24-Morte aos falsos
"Ultimatum outtakes" é uma compilação de suma importância, para quem deseja conhecer como eram os enérgicos shows da banda no início. Estão presentes neste disco, todos os grandes clássicos da banda da fase "Ultimatum" e "Antes do fim", sendo executados em diferentes shows. Há relíquias históricas aqui como 'Hecatombe', 'Periferia' e 'Dorsal atlântica' (instrumental), nunca executadas em nenhum álbum da banda. Para fechar, temos aqui a versão mais cheia de ódio de 'Morte aos falsos', que remonta a clássica história do show de Lambari-MG, no qual ocorreu a saída do baterista Marcos "Animal" (baterista que gravou "Ultimatum"). Quem já leu o livro "Guerrilha: a história da DORSAL ATLÂNTICA", sabe desta história. Relíquia!
Faixas:
1-Catástrofe / 2-Armagedon / 3-Princesa do prazer / 4-Dorsal Atlântica / 5-Hecatombe (Rehearsal) / 6-Periferia / 7-Radio italiana / 8-Morte aos falsos (Rehearsal) / 9-Tortura (Rehearsal) / 10-Catástrofe / 11-Princesa do prazer / 12-Catástrofe / 13-Abandono o seu Deus/ 14-Princesa do prazer / 15-Armagedon / 16-Morte aos falsos
Para comemorar duas décadas de história da DORSAL na cena, a gravadora Encore lança esta compilação dupla, que tem lados B e músicas que vão da primeira demo (de 1982) até a última (de 1998). Além de versões demos de músicas dos álbuns da banda, há músicas nunca ouvidas antes em registros oficiais como 'Abandono o seu Deus' (cheia de energia e
com toda a rebeldia do à época, polêmico Carlos Vândalo), as músicas 'Ela não acaba assim' e 'Guerra' (da primeira demo da banda), que mostram um som bastante rústico numa pegada mais Hard rock. O segundo disco tem como especiarias, as faixas da última demo gravada, que por sinal estão entre as mais pesadas da banda. São elas: 'Cold melancholy' (sufocante e pesada), 'Crianças em extinção' (um pesadelo, bastante Grindcore), 'Molested', 'X-Files', 'Global Village' (outra ultrasônica com a melhor pegada de bateria de Guga, excutando Blast beats incríveis) e 'Psychic' (marcante, facilmente um grande hit da DORSAL). O restante da qualidade do material, além das músicas, é adornado por um encarte de luxo digno de respeito. Digo sem meias palavras, é um item indispensável na coleção de qualquer fã da banda e admirador do underground nacional.
Faixas:
Disco 1
1-Princesa do prazer / 2-Abandono o seu Deus / 3-Ela não acaba assim / 4-Guerra / 5-Caçador da noite / 6-HTLV-3 / 7-Josephe Mengele / 8-Tortura / 9-Guerrilha / 10-Radio australiana / 11-Lucrécia Bórgia / 12-Desunited Metal / 13-Hierarchic democracy / 14-Childish boots and steps / 15-The hidden and unexpected / 16-Seven races
Disco 2
1-Velhice / 2-Take time / 3-Straitgate / 4-Black messiah/Loyal legion of the admires / 5-Cold melancholy / 6-Who the fuck do you think you are / 7-In line / 8-Heretic / 9-Mothers of tomorrow/
10-Walls / 11-Crianças em extinção / 12-Psychic / 13-Molested / 14-X-Files / 15-Global village
16-Psychic (Remix)
2012 (2012)
É evidente que não preciso narrar a importância da DORSAL ATLÂNTICA para o Heavy metal brasileiro, visto que a história da banda se confunde com o surgimento do underground nacional, além de ter sido um dos principais responsáveis pela união de dois movimentos que não se davam: o punk/hardcore e Metal. Claramente, foi uma tarefa um pouco árdua dissecar esta nova obra desses cariocas que trouxeram à tona em suas músicas a realidade brasileira, através de letras sobre violência, drogas, sexo comercial e a vida na periferia. Na verdade, essa inquietação com a nossa realidade político-econômica e sociocultural sempre foram uma característica forte das composições de Carlos ‘Vândalo’ Lopes, que inclusive foi o principal responsável por todo o conteúdo de “2012”. Inicialmente “2012” pode ser um tanto complexo para ser entendido, não por aspectos ruins, mas devido ao fato de que aqui encontramos uma dorsal renovada e não menos dorsal. A precisão com a qual o lado mais Metal da banda foi explorado, sem soar uma simples cópia de si mesma e trazendo algo mais atualizado foi digna de atenção. A abertura do álbum com os riffs certeiros e afiados da marcante e bem Metal ‘Meu filho me vingará’ dá uma boa noção do que pode ser encontrado no restante das faixas. Diga-se que o solo da música citada é muito inspirado e cheio da ‘classe a lá dorsal’. Em ‘Stalingrado’ encontra-se outra pedrada não menos inspirada e com um gosto bem característico do Hardcore característico que é um dos elementos que sempre esteve presente no som da banda. O cunho nacionalista de ‘A invasão do Brasil’ traz em si além de um peso e agressividade que fazem jus ao seu contexto, uma realidade bem atual que assola nosso país, que é a frequente imigração de povos de várias partes do mundo, de lugares em crises e conflitos, buscando em nossas terras uma forma de fugir, sendo que isto ao mesmo tempo prejudica-nos de várias formas. Certamente, esta é uma das candidatas a clássico aqui. O punk/hardcore malandro de ‘Eu minto, todo mundo mente’ é propício para levantar uma boa roda de mosh. A fúria de ‘Colonizado/entreguista’ mostra mais uma vez a forma como muitos povos, sobretudo o brasileiro, aceita imposições de outras culturas e essas tomarem o que a eles pertencem como seu. As bases mais cadenciadas de ‘Corrupto corruptor’ e os vocais esganiçados de Carlos nos refrãos fornecem o clima para o bom e velho bate cabeça. A tríade que trata da época cinza da ditadura militar no Brasil constituída por ‘Comissão da verdade’, ‘Operação Brother Sam’ e ‘Jango Goulart’ afirma mais uma vez porque a DORSAL ATLÂNTICA é a banda de Metal mais brasileira de todos os tempos. O destaque dentre as três faixas vai para ‘Comissão da verdade’ com um refrão e bases que grudam na cabeça. A ‘Imortais’ é uma excelente homenagem aos fãs da banda que sempre apoiaram a banda e ajudaram a concretizar este lançamento. Sem sombra de dúvidas a espera de 12 anos de silêncio desde o fim da banda valeram a pena!
Faixas:
1-Meu filho me vingará/ 2-Stalingrado/ 3-A invasão do Brasil/ 4-Eu minto, todo mundo mente/ 5- Colonizado/entreguista/ 6-Corrupto corruptor/ 7-168 BPM/ 8-Contenda/ 9-Comissão da verdade/ 10- Operação Brother Sam/ 11-Jango Goulart/ 12-Imortais