Se
no primeiro álbum, Idiots savants
(2011), a dupla Zé Misanthrope (vocal) e Thormianak (guitarra, baixo e teclado)
já surpreendeu, apresentando algo singular para o Metal Extremo nacional, neste
segundo álbum da banda foi além novamente. No geral, Cotton candy rendezvous consiste de canções mais longas, que
caminham bravamente entre os sentimentos da dor, desespero, fúria e um sono
profundo. Outro detalhe que se mantêm diferencial no Omfalos é sua arte
gráfica, pouco usual para um grupo cuja linha frequente é o Black metal. Vale
ressaltar que a banda nunca se manteve presa a apenas o estilo citado, há
flertes com o Doom, exemplo de Unlike
father, unlike son (com seus riffs carregados e distorcidos e atmosfera
densa); Crust (a lá Impaled Nazarene), caso de A leap of Faith; gothic, vide a veia vintage de A cross too heavy to carry, com
alternância de vocal limpo e rasgado, e
All we love all we leave behind. Na pegada tipicamente Black metal,
destaca-se Shattered perspectives,
que entra rasgando tudo com grandes rapidez e técnica, esbanjando solos bem
feitos e harmônicos. Os momentos mais perturbadores da consciência humana se
encontram-se nas passagens mais lentas das sombrias Forsaken (cresce em agressividade), What would I say if I had another day e na faixa titulo. O
encerramento com a acústica e instrumental It’s
said and done tira o ouvinte do atordoamento para um descanso tranquilo. O
contexto lírico, que trata de como cada pessoa sente e visualiza a morte de
alguém, aqui teve uma trilha sonora perfeita. Evolução, ousadia e ‘know-how’. Precisa dizer mais alguma
coisa? Nota: 9,0
Por Écio Souza Diniz
Faixas:
1-Unlike father, unlike son
2-Shattered perspectives
3-All we love, all we leave behind
4-A cross too heavy to carry
5-A leap of Faith
6-Forsaken
7-What would I say if I had another day
8-Cotton candy rendezvous
9-It’s said and done