HIRAX: com força total!


  


Por Écio Souza Diniz e Gisela Cardoso
Tradução: Jorge Cota

Não é novidade que o HIRAX foi uma das peças fundamentais para a consolidação do Thrash Metal mundo afora. Também não o é o fato que o vocalista Katon De Pena é uma das figuras mais icônicas e carismáticas do estilo, além de ser um batalhador, que não implora por holofotes, mas sim estar perto dos fãs e fazer cada show como se fosse o último. Mas, uma novidade muito boa para os fãs da banda é que estão para lançar em fevereiro um novo disco de estúdio, Immortal Legacy. Para nos falar mais sobre o lançamento, fatos relativos à história da banda e opiniões acerca do cenário metálico mundial , Katon nos concedeu esta entrevista. Acompanhem.

Vocês lançarão Immortal Legacy em fevereiro. Quais eram as suas metas quando começaram a compô-lo?



Katon: Primeiro, deixe-me agradecer por suas palavras, eu estou honrado. Quanto ao Immortal Legacy, nosso principal objetivo quando nós começamos a escrevê-lo era fazer sempre o melhor álbum do Hirax como de costume. Ou seja, deveria ser muito pesado e rápido, um Thrash metal intransigente e extremo em sua cara. Além de uma gravação que nossos fãs se orgulhem. Eu sei que temos alcançado este objetivo.

O que os fãs do Hirax podem esperar de Immortal Legacy em relação aos demais trabalhos da banda?

Katon: O som e a produção estão incríveis. Nós sempre nos esforçamos para obter o melhor som possível, mas esta tem sido a melhor gravação que fizemos até o momento. Maciças guitarras tecnicamente avançadas, bateria poderosa, baixo estrondoso e vocais urrados por cima, tudo soando como uma explosão sônica. Eu acho que há algo neste álbum para todos os fãs de Heavy metal. Sem dúvida este é nosso melhor registro.

Quais foram os motivos deste adiamento de lançamento do álbum para este ano?



Katon: O principal motivo foi porque não queríamos apressar as coisas, visando garantir que tudo saísse perfeito. Nós queremos dar a nossos fãs boa música e 100% de não compromisso, que é o nosso lema.

O que os levou a incluir músicas instrumentais (Earthshaker e Atlantis - Journey to Atlantis) neste novo álbum?

Katon: Earthshaker e Atlantis foram inclusas para mostrar a diversidade da banda. Os irmãos Harrison (N.R: guitarristas) são ambos grandes músicos e nós queríamos mostrar seus talentos no álbum. Ambas as músicas tem sido tocadas ao vivo por anos e eu achei que já era hora de gravá-las e coloca-las como uma surpresa especial.

As faixas La Boca De La Bestia - Mouth of the Beast e Hellion Rising tem sido divulgadas por canais como Youtube. Elas mantêm bem o estilo de tocar que popularizou a banda. Como elas têm sido recebidas pelo público e críticas especializadas?

Katon: La Boca De La Bestia e Hellion Rising são as duas primeiras músicas que as pessoas têm ouvido de Immortal legacy. O retorno por parte dos fãs tem sido louco, eles estão amando este novo material e nós estamos muito contentes com isso. Haverá um vídeo filmado para Hellion Rising em breve. Uma grande parte da crítica tem dito que este é nosso melhor trabalho.

Vocês trabalharam no referido álbum com o produtor Bill Metoyer (Slayer, Armored Saint, W.A.S.P., Sacred Reich, entre outros). Como surgiu esta parceria? Qual foi a principal contribuição que ele deu durante as gravações?



Katon: Quando nós começamos a planejar o novo álbum tínhamos três produtores em mente: Bill Metoyer, Andy Sneap (Arch Enemy, Exodus, Nevermore, entre outros) e Jeff Waters (Annihilator). Todos eles são experientes no Thrash metal, mas nós escolhemos Bill porque eu o conhecia desde o princípio dos anos 80, quando trabalhei com ele na Metal Blade Records nos dois primeiros álbuns do Hirax. Ele também veio nos ver em nossos shows em Los Angeles, e uma noite ele veio ao camarim e disse que estaria interessado em produzir o álbum. Nós somos uma banda perfeita para ele trabalhar e também acreditamos que ele é fã de nosso trabalho por muitos anos, sendo assim, definitivamente a pessoa certa para fazer a gravação. Ele colocou à mesa sua grande experiência e ouvido para a música. É incrível. É como ter um quinto membro na banda, pois ele sabe como obter os melhores sons da banda e neste disco provou isso.

O Thrash foi um grande movimento nos EUA nos anos 80, e um dos maiores da história do Metal. Entretanto, como na NWOBHM, muitas bandas permaneceram mais no underground.   Vocês estão entre as bandas que têm maior proximidade com o público nos shows. Fato este às vezes proporcionado, por tocarem em casas menores também.

Katon: Nós sempre aprecíamos um massa de seguidores em todo o mundo, mas nos últimos anos tem havido um enorme ressurgimento do Thrash metal e agora estamos mais populares do que antes. Eu penso que isto prova que o Thrash tem resistido ao teste do tempo e ainda está forte.

Quais foram os shows mais marcantes que fizeram em sua passagem pelo Brasil em 2013?

Katon: Todos os shows no Brasil foram excepcionais e grandiosos. Os fãs aí são incrivelmente leais e obstinados. Nós amamos nossos fãs brasileiros e estamos cogitando voltar agora em 2014. Eu gostaria de agradecer a Kill Again Records por sua ajuda e apoio.

Dentre os álbuns mais recentes, El rosto de la muerte (2009), poderia ser considerado como candidato à clássico da banda e do Thrash metal em sua opinião?

Katon: Esta é uma pergunta difícil de responder. Acho que devíamos deixar isso para os fãs e os críticos, somente o tempo dirá. Uma observação interessante sobre esse registro não é apenas sobre a música, também é sobre a comunicação através de diferentes linguagens.

Quais são os cinco melhores álbuns de Rock/Metal para você?

Katon: Minha opinião sobre isso muda diariamente, mas tentarei selecionar os cinco maiores e importantes álbuns:

1. Deep Purple -Machine Head
2. Judas Priest -Hell Bent for Leather
3. Thin Lizzy - Jailbreak
4. Motorhead - Iron Fist
5. Trust -Repression


Você acha que um dos principais problemas da cena metálica hoje em dia é falta de união entre as bandas, aliada a ganância de muitos produtores e donos de gravadoras por aí?

Katon: Esse problema sempre existiu e nunca terá fim por conta de egos, dinheiro e ganância. A única coisa que realmente importa é a música e os fãs. Enquanto bandas como nós se lembrarem disso, a música sobreviverá.

Você acha que a ascensão da internet tornou a música, no caso do Metal, de certa forma algo mais artificial e comercial?

Katon: Não realmente, o uso da internet está relacionado à integridade das bandas. É para nós apenas uma ferramenta para chegar até nossos fãs, e isso não compromete nossa música nem muda nossa visão de ser uma verdadeira banda underground. Nós nunca esqueceremos que viemos do old-school, quando haviam panfletos, vendedores de fitas e correio tradicional.

Caso vocês não tivessem parado as atividades em 1989, como você pensa que a história da banda poderia ter sido?

Katon: Esta também é uma questão difícil de responder (Risos). Mas vou tentar. Eu tento nunca olhar para trás e ter algum arrependimento, somente procuro olhara para o futuro, continuar em turnê com minha banda e gravar novos álbuns, que sempre foi meu foco e sempre será.

Após o lançamento de Immortal Legacy, quais são próximos planos da banda?

Katon: Immortal legacy será lançado na Alemanha dia 21 de fevereiro, 24 de fevereiro no resto da Europa e quatro de marco em todo mundo pela Steamhammer/SPV Records. O restante de 2014 a banda excursionará em todo o mundo e retornará ao Brasil e outros lugares da América do Sul, estamos ansiosos para ver todos os nossos fãs e agradecer a todos vocês por seu verdadeiro apoio ao Metal. Preparem-se para o ataque Thrash!