HUMAN HATE - O grande retorno!!!










Por Écio Souza Diniz

O Estado de Minas Gerais, leva o mérito de ter sido um dos grandes berços do metal brasileiro, apresentando bandas que ficaram marcadas pra sempre na cena, inclusive algumas que estão até hoje na ativa. Bandas como Chakal, Sextrash, Sarcófago, Sepultura, Mutilator e Overdose, são apenas alguns exemplos do que estou falando.
Entre essas bandas de grande importância e que ainda contribuem para a formação das novas gerações do metal, sobretudo do Trash metal, está o Human Hate. Formada no final da década de 80 e expandindo seu público, tocando com bandas como Dorsal Atlântica, o Human Hate está aí novamente na ativa, mais sólido e perseverante do que nunca. Para nos falar sobre o atual momento vivido pela banda, o lançamento de novas Demos, o lançamento do primeiro álbum em CD e o projeto para um novo disco, chamamos o vocalista Kal, para nos esclarecer melhor todas essas coisas.

Pólvora zine: E aí Kal, como vai? Já são anos de estrada que fizeram com que o Human Hate deixasse sua marca na história do Trash metal. Para começar, gostaria que nos falasse como começou o Human Hate e quais as dificuldades enfrentadas naquela época para se efetivar como banda, inclusive até chegar ao primeiro disco?

Kal: O Human Hate começou com o Geo, Tilú e o Cureba em meados de 1988, quando foi gravada uma demo com o Geo nos vocais. Devido a desentendimentos o Tilú e Cureba saíram e formaram o Expulser. Foi nessa época que o Moíses da Hellion teve acesso a demo e entrou em contato para um possível contrato, foi então que o Geo reuniu a formação que gravaria o disco, inclusive o Moisés estranhou e questionou o fato da mudança dos vocais porque o Geo teve que tocar guitarra, quando ele ouviu o novo vocal calou-se. Outro detalhe: a música “Putrefacion” que nós temos que tocar em todo lugar que vamos, foi criada as pressas para preencher espaço no disco.

P.Z: No lançamento do debut “Los in the abyss”, vocês abriram para ninguém menos que Dorsal Atlântica no Dynamo Festival. Qual importância este show teve para abrir caminhos para o Human Hate?

KAL: Para quem está iniciando uma oportunidade de tocar com uma banda de renome como o Dorsal é muito importante, ótima divulgação e nós fizemos um trabalho legal, pois o nome do Human Hate é conhecido em SP devido a esse show.

P.Z: A banda foi fundada por você e seus dois irmãos, Geo (guitarra) e Junior (Bateria), com o time sendo completado por D.R.I (baixo), mas tão logo ao lançamento do álbum de estréia o Junior deixou a banda. O que está perda representou para vocês?

KAL: A saída do Júnior foi uma perda pra nós, além de ser irmão, ele possui uma técnica apurada que se tornou uma das características do Human Hate, nós o substituímos mais sem dúvida a banda perdeu um pouco sua identidade.

P.Z: O “Lost in the abyss” é um álbum forte, calcado nas linhas de um Trash bem riffado, com viradas rápidas e variadas de bateria, baixo estralado e vocal ácido e odioso. Ou seja, é uma sonoridade bem orgânica e repleta de feeling, a qual faz agitar moshs e bater cabeça. Qual foi o caminhado seguido para se obter uma unidade tão intrínseca, como esta que compõe o álbum?

KAL: Vocal ácido e odioso? Gostei disso rsrsrsrsrsr. O caminho é tocar o que gostamos e queremos, sem nos preocuparmos muito com rótulos. Chegamos, temos as idéias, fazemos os arranjos, todos da banda gostaram? Então vamos em frente.

P.Z: Vocês tiveram vários períodos de interrupção das atividades. Qual deles foi o mais difícil e extenso? E quais as maiores barreiras encontradas ao longo dos anos?

KAL: O maior deles foi o último, ficamos de 2003 quando tocamos em Alfenas até 2009 sem tocar, foram várias barreiras durante todos esses anos, como por exemplo, os locais de ensaios, os vizinhos sempre odiavam, quase sempre tinha polícia rsrsrs.

P.Z: O retorno de vocês em 2009, ocorreu com elementos surpresa na banda, que foram a presença de uma segunda guitarra, ocupada por Beto (ex-Suicide) e o baixista Donieverton (ex-Tribal Roots, Hellseeker e outros) no lugar de D.R.I. Como está sendo trabalhar com esses músicos, inclusive o Beto, que também vem Trash old school dos anos 80? Quais contribuições, musicalmente falando ambos trouxeram para a banda?

KAL: Na verdade o Beto já está com a gente há muito tempo, ele entrou na banda quando houve uma espécie de fusão do Human Hate e Suicide, foi quando entrou o Beto e o Renam (suicide) e eu e o Geo. O Renam ficou pouco tempo, houve então o retorno do Júnior que estava morando em S.P. Quanto ao Donieverton, ele faz parte de uma geração que cresceu ouvindo a gente, a entrada dele trouxe dinamismo e qualidade.

P.Z: Recentemente vocês estão distribuindo em shows, a demo “Rehersal Back” que contém cinco músicas novas. Como vem sendo a repercussão da banda através disso?

KAL: A melhor possível, eu diria até surpreendente. O pessoal tem curtido bastante.

P.Z: As músicas novas tem muita garra e energia e além de uma evolução notada na sonoridade, a banda manteve sua essência sem soar enjoativo (algo que não são todas as bandas que voltam fazem). Como vocês conseguiram alcançar e trabalhar este equilíbrio nas músicas? Foi natural ou intencional? Também foi pretensão de todos na banda?

KAL: A evolução é natural pelo tempo que a gente toca. Nós procuramos manter a mesma proposta do início da banda, que é um som agressivo sem as barreiras dos rótulos. As músicas saem naturalmente, todos partícipam, como cada um tem suas preferências o resultado é esse, o Human Hate.

P.Z: A demo “Rehersal Back” tem músicas que se destacam facilmente como “Shame mask”, as instigantes “Toxic” e “Wodka waltz”. Como o público que tem assistido aos shows do Human Hate tem reagido a essas músicas em relação às antigas? É perceptível alguma preferência?

KAL: O público tem se dividido em dois: aquele pessoal das antigas, para esses a gente sempre toca músicas do disco e o pessoal mais novo, esses tanto faz as músicas, é tudo uma coisa só, ainda não conhecem muito a banda, e ficam nos olhando com o seguinte pensamento: O que será que esses coroas vão tocar, então quando começamos ficam olhando meio espantados, depois se soltam aí o mosh rola.

P.Z: O retorno da banda tem se mostrado audacioso, com muitos shows e participação em festivais. Em 2009 vocês abriram o show da banda See you in hell, importante nome do Hardcore na República Tcheca e tem tocado com bandas mais novas como Ataque Nuclear de Três Corações. Como tem sido essas experiências?

KAL: Em Divinópolis, com See you in hell, fizemos um show técnicamente perfeito, o pessoal curtiu bastante, foi uma ótima experiência pra gente. Quanto ao pessoal do Ataque. Eles são nossos irmãos cara! A gente já viajou pra tocar juntos, sem contar o som deles que é du caralho.

P.Z: Kal, o que você pensa e enxerga em aspectos gerais do atual momento do metal nacional? E o atual o momento do Human Hate?

KAL: Cara! Hoje tem uma coisa que me incomoda muito, as nomenclaturas aumentaram , existem muitas subdivisões dentro do metal, em conseqüência disso, nos shows, fica uma turma de um determinado estilo sentados ou do lado de fora e só entram quando está tocando alguém dos estilos deles. Na minha opinião isso não é legal, também tenho minhas preferências, mais acho que todos do Underground devem ser prestigiados. Quanto ao atual momento do Human Hate, estamos ávidos para tocar por aí!

P.Z: Bem Kal, obrigado pela entrevista. Para encerrar, o público do Human Hate, gostaria de saber como andam os planos para o tão esperado lançamento do LP “Lost in the abyss” em CD e a gravação de um novo álbum? Quais os demais planos da banda para 2010?

KAL: O cd com as músicas do disco “Lost in the abyss” está sendo preparado, estará disponível em breve, o pessoal tem procurado muito. Quanto a um novo disco, vamos começar do zero, estamos preparando calmamente as músicas, queremos fazer algo bem legal, inclusive temos uma demo como algumas dessas músicas, quem quiser é só entrar em contato que eu mando.

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