Por Écio Souza Diniz
Pólvora zine: E aí Perna, como vai? Recentemente o Genocídio divulga o CD e DVD ao vivo “Probations”, que traz além das músicas, uma entrevista. Como vem sendo o saldo deste trabalho?
W. Perna: Tudo tranquilo! O saldo é positivo, apesar de ter pouca divulgação e ser um trabalho “artesanal”, pois toda a parte de edição e a entrevista foi feita na minha casa. O DVD tinha sido projetado para sair alguns anos antes, mas infelizmente o acidente que sofri atrasou o projeto (Perna sofreu um acidente na escada rolante do complexo Galeria do Rock, em São Paulo, que lhe custou a perda de um dedo da mão).
P.Z: Em 2007, vocês disponibilizaram o EP ao vivo, “Hiatus”, para download com objetivo de promover “Probations”. Como foi a repercussão para este EP?
Perna: Foi bem melhor do que esperávamos, pois em uma semana tivemos mais de 1.000 downloads.
P.Z: Uma característica peculiar do Genocídio, está na transição de uma sonoridade mais crua e agressiva nos primórdios da banda, para sonoridades com grandes evoluções e inovações, como pode ser ouvido nos álbuns “Phostumus” e “One of them”. Depois houve o retorno as raízes da banda em “Rebellion”. De que forma você pode explicar tantos estágios diferentes alcançados ao longo dos anos? Seria em partes, devido às influências trazidas pelos músicos que passaram pela banda?
Perna: As influências que cercam a banda são bem variadas e procuramos fazer o que é melhor para se encaixar na formação, no “Rebellion” voltamos a ser um trio e seria difícil criar climas ao vivo com uma guitarra.
P.Z: Dentre as reformulações que houveram na banda, qual o melhor formato da banda para você? Power trio ou outros formatos?
Perna: Quarteto sempre será a melhor opção, principalmente ao vivo... mas fizemos muitas cosias boas como trio.
P.Z: Muitos já chegaram a apelidar o Genocídio de “Paradise Lost brasileiro”. O motivo se deve a presença de elementos do Gótico e Doom, combinados com Hardcore, como ocorre em “One of them” e um som denso e com variadas atmosferas como “Phostumus”. Particularmente quando ouço, “Phostumus”, por exemplo, vejo muita inflência de Paradise, mas também vejo um pouco de Candlemass. Qual dessas bandas tiveram mais influência sobre você?
Perna: Na época que gravamos o “Posthumous”, não tinha nehuma banda brasileira fazendo musica pesada, usando vocal feminino, violino, talvez seja esse o motivo. Particularmente sou grande fã do Paradise Lost, Anathema, My Dying Bride, são algumas influências da banda.
P.Z: Eu vejo como característica própria da banda, além de sua sonoridade, letras bastante originais e uma grande alusão do homem em relação a máquina, que pode ser vista na estética do site oficial da banda também? Esta alusão denota uma mensagem da banda para ou ouvinte. Para os que ainda não conseguiram captá-la em sua essência, você poderia esclarecê-la?
Perna: A banda teve duas fases de letras e agora com o “The Clan” será a terceira fase. A primeira foi com Juma, depois eu e o Marcão e agora no The Clan o Murillo assumiu a parte das letras. As idéias basicamente questionam se a evolução humana teve uma intervenção tanto na forma espiritual como tecnológica por outros seres.
P.Z: O Genocídio foi a primeira banda Brasileira a realizar um lançamento em Picture Disc , fato ocorrido em 1991, no relançamento do primeiro e excelente Ep da banda (auto-intitulado apenas como Genocídio). Qual importância tal feito representou e ainda representa para a banda?
Perna: Foi muito importante na época e continua sendo, pois mesmo hoje são pouquíssimas bandas que tiveram um Picture Disc em sua coleção.
P.Z: A banda atingiu intensa notoriedade através da exposição dos clipes de “Depression” (do Clássico álbum omonímo) e “Up roar” (do pesado Hoctaedrom). Esta última, além de grande freqüência nas rádios da época, teve seu clipe lançado como bonus. O quanto este feito ajudou na divulgação da banda?
Perna: Na época a mídia estava mais aberta para o estilo, era uma oportunidade de levar a música do Genocídio para outras pessoas. Tudo isso foi muito positivo para a banda na época e continua sendo.
P.Z: O que representou a saída de Marcão para a banda? Quais foram as maiores contribuições dele para banda? Como é o trabalho com Murillo (Vocal)?
Perna: Depois de um certo tempo tocando junto, os integrantes precisam estar pensando igual, como um só ideal, quando isso não acontece fica difícil um relacionamento, mas todas as formações tiveram sua importância.
P.Z: Quando você olha para trás e vê uma banda que você faz parte fundamentalmente, que lançou álbuns clássicos, como o indiscutível “Depression”, o pesado “Hoctaedrom” e o rápido e direto “Rebellion”, qual a sua maior gratificação e os melhores e piores momentos da banda?
Perna: Acho que a maior gratificação é continuarmos fazendo shows e ver a galera indo nos shows, cantando as músicas, isso não tem preço, já que nesses anos vimos muitas bandas querendo comprar o sucesso como o PUS e o Scars e não chegaram a lugar nenhum.
P.Z: Vocês colocaram no myspace da banda uma música do novo álbum de estúdio (The clan), “Transatlantic catharsis”, que é uma música pesada e com riffs muito bem trabalhados, além de um vocal bem denso, o que podemos ver no todo do álbum? Para quando podemos esperar o lançamento de “The clan”?
Perna: O álbum já está pronto, estamos agora acertando detalhes com a gravadora, esperamos que até abril o CD esteja pronto. Musicalmente o CD vai surpreender muita gente, pois as musicas são um reflexo de todos os discos do Genocídio com uma qualidade sonora nunca alcançada pela banda.
P.Z: Obrigado pela entrevista Perna. Para finalizar, além do novo álbum, quais os projetos do Genocídio para este ano?
Perna: Queremos apenas lançar o CD e fazer muitos shows, nada mais... Obrigado pelo apoio!
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