APOKALYPTIC RAIDS: O quarto capítulo da invasão apolíptica!


Por Écio Souza Diniz

Os cariocas do APOKALYPTIC RAIDS vêm subindo cada vez mais degraus neste morro íngreme chamado underground. Agora com seu quarto álbum lançado no segundo semestre de 2010, “Vol. 4-Phonocopia”, a banda vêm realizando shows bem sucedidos, além da sua recente participação em um tributo ao DISCHARGE. Leon “Necromaniac” Mansur veio até o Pólvora Zine, objetivando nos falar mais sobre este ótimo momento vivido pela banda.

Pólvora Zine: Leon, o APOKALYPTIC RAIDS lançou o seu quarto álbum no segundo semestre de 2010, o ótimo “.Vol.4-Phonocopia”. Como foi a composição deste disco? E a reação dos fãs?

Leon Mansur: Já tínhamos algumas músicas prontas desde antes do álbum anterior ao “Vol.4”, quando em 2007 tivemos uma mudança de baterista. Daí, o processo foi terminar a composição da outra metade do álbum, e a produção se estendeu entre 2009 e 2010, pois tivemos um bocado de shows e o disco foi produzido nos intervalos desses shows. O pessoal tem curtido muito o álbum. Acho que atingimos um equilíbrio, o álbum é um pouco mais direto, e ainda assim tem algumas partes mais obscuras.

P.Z: “Vol.4” pode ser considerado como o melhor trabalho da banda até o momento. Ele conseguiu ter diversidade de influências e estilos, ser técnico, agressivo e, sobretudo, com a marca registrada do APOKALYPTIC RAIDS. O que você acha deste álbum?

Leon: É, eu concordo. A estréia do Márcio Cativeiro na bateria também é um grande destaque neste álbum, ele deu o toque de agressividade. Espero que seja apenas o começo!

P.Z: O referido trabalho teve apoio de vários selos para sua distribuição como Hell Headbangers, Moribundo Records, Urubuz Records e Paranoid. Como tem sido a parceria com cada um deles?

Leon: Foi uma decisão acertada fazer essa parceria. Por um lado o álbum foi auto-produzido como de costume, mas com a ajuda dos selos que você citou pudemos nos focar nos shows e terceirizar um pouco a distribuição. Fizemos 2.000 cópias do CD, num momento em que as pessoas têm medo de prensar 500, e elas estão indo bem. Assim, creio que foi um tiro que acertou o alvo.

P.Z: No “Vol.4” todos tiveram um grande e primoroso desempenho como músicos, mas algo que achei interessante foi o trabalho da bateria. Acho que o Marcio Cativeiro, não só atendeu aos padrões da banda como conseguiu soar bem autêntico em relação aos outros. Você concorda com esta afirmação?

Leon: O Márcio tinha pouca experiência e talvez por isso mesmo resolveu provar que poderia superar nossos outros bateristas. No disco, você pode ouvi-lo fazendo várias “marcas registradas” dos anteriores, e ao mesmo tempo, colocando a marca dele, como você mesmo disse. O resultado foi ótimo! O Márcio é um cara que cobra muito de si mesmo, e isso é fundamental no APOKALYPTIC RAIDS.

P.Z: Após o lançamento do novo álbum, você realizaram uma bem sucedida Tour sul-americana ao lado do DOMINUS PRAELI. Conte-nos como foram esses shows. E como foi a recepção em cada país? Algum marcou mais que os outros?

Leon: Nós precisávamos, depois de tudo que aconteceu nos últimos anos, botar a banda na estrada. E foi exatamente isso que aconteceu. Claro que foi um aprendizado, muitas vezes traumático. Tem sempre fatores de atrito no palco e fora dele. Mas o que faz uma banda é como você resolve isso, supera e faz os melhores shows. Foi isso que nós fizemos, os melhores shows. Tocamos por todo o Brasil, depois fomos para Bolívia, Peru, Equador e Colômbia, e olhando pra trás, apesar de todas as noites mal dormidas na estrada, apesar de todos os imprevistos que possam acontecer, nos superamos e estamos mais fortes do que nunca.  A Colômbia foi particularmente interessante, pois passamos mais tempo lá e fizemos mais shows lá, foram cinco datas ao todo. Talvez seja, dos países que visitamos, o mais parecido com o Brasil. Os bangers sul-americanos em geral conhecem mais bandas brasileiras do que a média dos brasileiros, chega a impressionar. Claro que a recepção no Nordeste do Brasil foi bastante calorosa, foi a nossa segunda vez, e foi excelente apesar da correria. Não vemos a hora de ir pra estrada de novo.

P.Z: De alguma forma, esta bem sucedida Tour tem facilitado a possibilidade de uma excursão pela Europa?

Leon: Claro. Eu quis primeiro por à prova a formação nova no Brasil, depois América do Sul e agora o caminho natural é a Europa. Em breve, teremos boas notícias.

P.Z: Uma estratégia legal no novo álbum, foi a inclusão secreta de um cover visceral para ‘Crucifiction’, do HELLHAMMER. Como surgiu esta idéia?

Leon: Bom, em 1984 eu estava...Ei, fazer covers do Hellhammer é meu feijão com arroz !!! Nunca me canso! (Risos).

P.Z: Eu sei disso, essa pergunta foi proposital mesmo. (Risos).

P.Z: Já iniciando 2011 com o pé direito, vocês também estão participando com a música ‘Decontrol’, de um tributo nacional ao DISCHARGE que também conta grandes nomes da cena punk/H.C como AÇÃO DIRETA, LOBOTOMIA, ARMAGEDON, TERROR REVOLUCIONÁRIO, entre outras. O que representou para vocês participarem deste tributo? E o que as pessoas têm achado da boa atuação de Marcio Cativeiro no vocal em ‘Decontrol’?

Leon: Eu sempre tive uma ligação com o Punk/HC. Entre nossas influências sempre cito CRUDE SS e ANTI CIMEX. Então foi tudo muito natural. Talvez pelo fato do Márcio também ter um background de HC/Grind/Death, rolou um encontro dessas influências que agora as pessoas estão notando, mas que estavam lá o tempo todo. Gostei dos vocais dele nesta música. Agora que temos três vocalistas na banda, quem sabe o que poderemos fazer? (Risos).

P.Z: Como será a distribuição deste tributo?

Márcio Cativeiro: O CD será distribuído pelos seguintes selos: Moribundo Records (RJ), Marcio Cativeiro, da banda APOKALYPTIC RAIDS; Ultraviolence Records (SP), Índio, integrante da banda RESTO DE FEIRA ; Discórdia Records (DF), Fofão, da banda BESTHOVEN; banda MASSIVE ATACK, Glauco, da banda DEATH FOM ABOVE; banda TWO BEER OR NOT TO BEE (GO); Segundo, da banda CORJA; banda TERROTTEN, Renan, Bombardeio records (SP) e Gepeto da banda AÇÃO DIRETA.

P.Z: Dá a impressão que “Vol.4” deu um prenúncio da participação de vocês neste tributo, pois no mesmo, a música ‘The unquiet grave’, tem uma ótima pegada Punk. Houve alguma premeditação neste sentido?

Leon: Não, foi tudo de forma natural, como eu disse, e inclusive eu compus ‘The Unquiet Grave’ em 2003. A idéia era um lance meio VENOM. Ela começou a ser ensaiada ainda pela formação do segundo álbum. O fato foi que só a gravamos agora.

P.Z: Fora tudo que está rolando, e o ótimo momento pelo o qual a banda está passando, quais os demais planos para 2011?

Leon: Agora vamos fazer algumas datas por São Paulo em maio, estamos agendando. No segundo semestre, talvez continuemos pela outra metade da América do Sul e agendando Europa também. Além de tudo isso, estamos relançando nosso material em vinil também. Esses são nossos projetos para os próximos anos, até o álbum seguinte.