A página do Facebook “Depressão Doomster” realizou uma entrevista exclusiva com a vocalista da banda APOCALYPTICHAOS, fundadora da União Doom Metal Brasil e Sunset Metal Press, Ellen Maris. A matéria saiu no início da noite desse sábado. Confira abaixo um trecho da conversa com Diego Augusto Mendonça que realizou perguntas sobre a cena nacional, a banda Apocalyptichaos, novidades sobre a União Doom e muito mais.
Face of Death: Hoje nossa entrevista é com uma das pessoas mais importantes da cena BR, hoje conversaremos simplesmente com a Ellen Maris vocal da ApocalyptichaoS , coordenadora da União Doom Metal Brasil e da Sunset Metal Press , a entrevista é dividida em 2 partes, uma sobre a banda e outra sobre a União Doom BR, então se acomode e vamos a leitura:
1) O que é a Apocalyptichaos? (não só musicalmente, mas o que representa em sua vida).
“A Apocalyptichaos é o resultado de um sonho de duas pessoas ( Sandro Pessoa e eu) que tivemos ainda no início dos anos 2000 e que foi se lapidando com o tempo. Neste período passou por reformulações, mudanças de formação e hoje ainda está em fase de desenvolvimento.
Acredito que a banda, em particular, viva essa fase de reformulação durante o tempo em que existir. Somos pessoas em crescimento, nossos objetivos, pensamentos, ideias sempre estão se desenvolvendo e aplicamos isso também em nosso trabalho.”
2) A banda até então lançou só singles. Como foi a gravação, e quais os problemas enfrentados para a gravação de um full? Falta de apoio acaba matando bastantes sonhos.
“A banda lançou 2 singles. Um terceiro está praticamente pronto, mas não deve ser lançado antes do EP. O problema está exatamente na instabilidade da formação. Nunca tivemos problemas de convivência com os músicos que tocaram conosco. No entanto, os que saíram, tinham outros projetos e prioridades que sempre estiveram acima dos planos que temos pra esta banda. A dedicação, a paciência, a insistência e o abrir mão. Estas são leis da Apocalyptichaos. Durante um tempo,
tivemos uma formação linda e foi lá que desenvolvemos todas as músicas de nosso setlist. Mas a mesma se desintegrou, mais uma vez.
A questão do apoio pesa, mas no nosso caso, o problema de fato é a formação instável.
Sobre o processo das gravações foi bastante simples, rápido. Nós já tocávamos as músicas a anos e talvez por isso soou mais simples. Adoro estúdio, gravar. No entanto, o profissional que irá nos acompanhar nessa etapa tem que nos deixar livres pra colocar nas músicas exatamente o que queremos passar. Essa falta de liberdade já me estressou uma vez.”
3) Quais influências musicais ajudaram a moldar o som da banda e quais são suas bandas preferidas no estilo?
“O Sandro responderia melhor. Ele quem compõe quase todas as músicas, com a ajuda do restante da banda. Mas como vivemos sob o mesmo teto (risos) acredito que seja o som que sempre ouvimos. Os clássicos como My Dying Bride, Paradise Lost, o Anathema ( até o Judgement) e no meu caso, o Katatonia que é a banda que me inspira em sentimentos.
Atualmente o Sandro tem apostado em ouvir um som mais atual, esse mesmo que muito metaleiro conservador as vezes detesta. Existem coisas preciosíssimas a serem aproveitadas neles e com certeza nós iremos buscar o que há de melhor. Apocalyptichaos não é um som do passado e sim, do futuro. Nossos planos são todos pra amanhã…o agora nós ainda estamos preparando ( isso já fazem uns bons anos) e vamos aplicar a atualidade nele sempre que pudermos fazer isso, sem perder nossas raízes verdadeiras, claro.”
4) Quais são os planos futuros da banda?
“Lançar de uma vez por todas o nosso primeiro álbum. Já conseguimos grandes coisas somente com 2 singles. Fizemos uma mini tour nacional, além de tocar em nossa região. Agora esta é a nossa prioridade e por conta disso, até os shows estão suspensos no momento. Futuramente queremos atravessar fronteiras. Quem sabe, começar aqui mesmo na América do Sul e depois… depois o tempo dirá.”
5) Qual sua visão sobre a cena brasileira no Doom Metal?
“Está melhorando, eu acredito. Já foi mais carente de shows, apoio e principalmente de público. Já falei algumas vezes sobre a cena Doom nacional ser ” bastarda ” ou sem pai nem mãe. Não é abraçada por estilos como o Heavy, Death, o Thrash, o Black metal. É um som que ainda causa desconfiança e soa ” cult ” ou estranho para muitos. Mas já a algum tempo tem ganhado apoio, principalmente após o surgimento da União Doom Metal Brasil. Com o lançamento da coletânea ( que foi um primeiro passo bem sucedido) percebo, mesmo que lentamente, as coisas tomando forma, novos projetos surgindo e mais pessoas interessadas.”
A segunda parte sobre a União Doom!
1) Quais foram as ideias que iniciaram a vontade de criar a União Doom Metal BR? Quais foram os objetivos em mente?
“A cena doom parecia inexistir. Carecia de espaço e confiança dos produtores, do próprio público em geral. As bandas existiam, lançavam seus materiais e conseguia respaldo fora do país. Pra conseguir se encaixar em um evento ou festival nacional, a banda praticamente não tinha chances, mesmo tendo qualidade. E quando tinha, era como se fosse um favor do produtor para com a banda. Uma jornada sofrida, suada, que muitas vezes já desanimou grandes bandas nacionais a continuar o percurso.
A ideia surgiu dessas conversas entre as bandas. Todos reclamam da mesma coisa, dos mesmos problemas pra conseguir um show e estava mais do que óbvio que precisávamos nos unir naquele momento e começarmos a
nos apoiar, dentro de um círculo primeiramente, que depois de organizado, agregaria novas bandas. Os objetivos eram justamente o de buscar aqui, o que já conseguíamos lá fora. A valorização, o espaço, enfim.”
Confira matéria na íntegra originalmente na página “Depressão Doomster” no Facebook:
Links Relacionados