Se já causou um estrago considerável aos pescoços alheios o que fizeram Leo Mesquita (vocal e guitarra), Guilherme Elias (baixo e vocal) e Victor Miranda (baterista) no debut Bica Na Cara (2012), agora no mais recente full–length, além de continuarem o espancamento com o seu certeiro Thrashcore, os caras de Santos fazem os ouvidos sangrarem com letras cada vez mais agressivas e politizadas. Lançado pelos selos Peculio Discos, Samsara Discos, Guritiba Golpes, 73% Burnt Records e Abunai Shop e com uma produção impecável, o disco mostra uma banda consolidada, despejando em quase meia hora de música, uma avalanche de muita distorção, riffs nervosos e uma cozinha que faz quem escuta se sentir num show ao vivo. Cantadas em português, as letras abordam as contradições do momento político atual e esfregam na cara do ouvinte a crueza da realidade brasileira. Todo disco empolga do início ao fim, mas destacam-se a faixa- título, 7×1, Daqui pra Pior, a melhor do disco e, por último, Faz o Fácil, com uma bateria que ao final beira ao Death metal. Completa o estado de arte a capa do álbum. Desenvolvida por Wendell Araújo, a imagem é impactante: em meio a uma paisagem apocalíptica, um colarinho branco num trono escraviza descaradamente a população – detalhe para a figura de uma criança catando migalhas e chorando (essa imagem vai causar um bug na sua consciência!). Aumente o som, a revolta vai invadir sua mente! Nota: 8,5
Por Ramon Teixeira
Faixas: 1-Não Escolha / 2-Peso morto / 3-Embalado pra vender / 4-Tamo na merda / 5-O Errado e o certo / 6-Daqui pra pior / 7-7×1 / 8-Tô fora dessa merda / 9-Nasce, cresce, morre e some / 10-Faz o fácil / 11-Gratidão / 12-Aceitar é o caralho / 13-Não tem boi