10 melhores álbuns de 2018!


1- Immortal – Northern Chaos Gods. Depois de uma acirrada briga judicial pelo nome da banda entre Abbath e Demonaz, este último juntamente ao baterista Horgh e com participação de Peter Tägtgren (HYPOCRISY) comandando o baixo, o IMMORTAL provou mais uma vez seu lugar cativo no Black metal norueguês e mundial. Aqui as bases fincadas nas raízes dos primórdios da banda fizeram com que a sonoridade soasse ainda mais avassaladora, gélida e cortante. Tente ouvir sem ficar boquiaberto a ríspida Into Battle ride, a épica Gates to Blashyrk, Called to ice e Where the moutains rise


2- Judas Priest – Firepower. Bem diz o ditado comum que ‘o bom rei nunca perde a majestade’. No caso dos Metal Gods britânicos isso se aplica sem questionamentos. Afinal de contas como pode um senhor como Rob Halford ainda desempenhar tão bem seus vocais de alto alcance após tanto tempo? Mas não é só isso, ainda fazem por merecer os riffs inspirados de Richie Faulkner e a cozinha coesa de Ian Hill e Scott Travis. Esse é um álbum para ser apreciado de ponta a ponta, sendo todas as faixas bem aproveitadas. Claro que destaques podem ser levantados em nome da faixa-título, Lightning strike, que recebeu um vídeo clipe bem legal no melhor estilo ‘pristiano’, Evil never dies e a marcante Never the heroes.  


3- Maestrick – Expresso della vita. Solare: Como é bom a arte ser infinita em suas fontes, formas e locais de surgimento. Esse álbum dos paulistas do MAESTRICK é não só um dos melhores destaques de 2018, como também um dos melhores nos últimos anos. Sobretudo, essa primeira parte de uma estória conceitual relativa aos ciclos da vida humana (Solare relativo às primeiras 12 horas do dia e o álbum seguinte, Expresso della vita: Lunare será relativo as 12 horas da noite) é uma bela obra de arte. Basta colocar pra ouvir e se deixar levar numa viajem profunda no trem desse Rock e Metal progressivo de grande bom gosto, ótima produção, arranjos e passagens belos, complexos e bem estruturados. Além de inclusão de arranjos clássicos, também há elementos de música popular brasileira. É difícil ressaltar destaques num álbum tão consistente em sua qualidade, mas é quase impossível não ser arrastado pelas belas e impressionantes Daily view, a operística e longa The seed, Across the river e a emotiva e pesada Hijos de la tierra


4- The Night Flight Orchestra – Sometimes the world ain’t enough. Você é do tipo que é fã do clássico Rock AOR com suas pegadas melódicas, teclados em profusão e refrãos marcantes? Pois bem, os suecos do THE NIGHT FLIGHT ORCHESTRA são um dos surgimentos mais gratos nos últimos anos e têm a promessa de ser uma excelente trilha sonora daquele estilo. Quando se pensou que havia ido longe com Amber Galactic (2017), eles se apresentam em 2018 com esse álbum com composições ainda mais marcantes, criativas e bem elaboradas. O vocal de Björn “Speed” Strid (SOILWORK) se mostra cada vez mais inspirado e com alcance legal. The last of the independent romantics, Turn to Miami, Paralyzed e Lovers in the rain irão seduzi-lo sem nem perceber. Uma ótima trilha sonora para ficar junto da companheira (o) e para viagens de férias ou folga.


5- Amorphis - Queen of time. Esses finlandeses são uma das seletas bandas na história do Metal que conseguiram e conseguem se recriar dentro da própria sonoridade, continuando interessante e não deixando saudosismos. A melhor forma que pode descrever Queen of time seria ‘uma pintura surrealista de grande beleza e bom gosto’. Afinal de contas, com uma sonoridade tão rica, arranjos tão bem elaborados, belos e agradáveis de ouvir, menos poderia ser dito? Ouça The Bee, a beleza da melancolia que só os escandinavos sabem fazer em Message in the amber e as emoções variadas com acentos de euforia em Daugther of hate


6- Fallen Idol – Mourn the Earth. Alguém aí disse Doom? Sim, essa banda paulistana com esse terceiro álbum mostra uma evolução grata em produção, arranjos e vocal. O que já era bem bacana nos dois primeiros álbuns (Fallen Idol de 2015 e Seasons of Grief de 2016) ficou ainda melhor aqui.  Se você é fã de clássicos do Doom como Trouble, Saint Vitus, Pentagram, Candlemass e Solitude Aeternus, certamente encontrará muito o que beber na sonoridade de Mourn the Earth. Os riffs bem elaborados de Wait e a cadencia de Shattered mirror já mostram ao que esse álbum veio. 


7- Krisiun - Scourge of the enthroned. Não basta se tornar uma referência mundial num estilo, é preciso manter-se nessa posição. Os gaúchos do KRISIUN sem dúvida nunca deixaram nada a dever no que se propuseram a fazer até aqui. Scourge of the enthroned cheira a clássico num futuro próximo, pois a força sonora abissal que os lançou como referencia no Death metal lá em 1995 com Black force domain aqui é trabalhada de forma mais bem construída e consistente. É o KRISIUN brutal, hostil e orgânico ungido pela experiência dos anos. Difícil manter a cabeça no pescoço com bombardeios como Demonic III, a impiedosa Devouring Faith e a brilhante Whilwird of immortality. Num seleto grupo de gigantes do metal brasileiro que primaram por qualidade constante em quase 30 anos de lançamentos, o KRISIUN certamente está na linha de frente. 


8- Iron Angel - Hellbound. Fala sério, os americanos podem até ter criado e propagado as diretrizes do Thrash metal que largamente influenciaram um sem número de bandas mundo afora. Mas o aprimoramento da fúria veloz e maledicente do estilo veio das diretrizes do Speed metal germânico. Dentre os grupos alemães clássicos por pavimentar o caminho da velocidade e rispidez estonteante do estilo está o IRON ANGEL. O som cheio de vigor e uma avalanche de riffs unidos a boa forma que permanece nos vocais inconfundíveis e ardidos de Dirk Schröder torna muito difícil não ser arrastado pelo set list de uma vez só e sem pausa. Judgement day, Hell and back e Blood and leather já dão a letra do que pode se esperar do album. 


9- Lucifer - Lucifer II. Nesse segundo álbum, a alemã Johanna Sadonis (ex-The Oath) acompanhada pelo talentoso Nicke Anderson (The Hellacopters, Entombed) explora com maior dinâmica o Hard Heavy invés dos acentos Doom do primeiro álbum. Parte dessa leva de bandas ‘revival’ da sonoridade do Rock/Metal da década de 70, o LUCIFER faz isso com muita eficiência e bom gosto. Johanna demonstra profundidade em um vocal suave, o que contribui significativamente para as músicas se tornarem marcantes em pouca audição. Repare a aura sutil e misteriosa e California sun, a pegada ‘Sabbathica’ de Phoenix e a melodiosa Before the sun.


10- Acid Tree - Awake the iron. Mais um surgimento grato em nossas terras tupiniquins foi o power trio paulista Acid Tree, que estreou em 2017 com o EP Arkhan. Agora nesse segundo EP, eles avançam um pouco mais em sua mescla de Prog metal com psicodelia numa pegada meio ‘Occult Rock’, a qual pode ser notada na já mística arte da capa. O fato é que as faixas deixam uma grande vontade de ter mais pra ouvir. A entrada com Fields of grey já é instigante e intrigante, mas a dinâmica So signs the crow é bela, envolvente e marcante. O que falta no momento? Um álbum completo.