TUATHA DE DANANN – In Nomine Éireann

 


Por Écio Souza Diniz

A riqueza musical irlandesa herdada de sua cultura celta é algo envolvente que encanta ouvidos no mundo todo. Nesse ensejo, os duendes mineiros do TUATHA DE DANANN lançam o seu sétimo trabalho de estúdio, intitulado In Nomine Éireann (traduzindo-se “Em nome da Irlanda”). Nesse álbum encontramos a abordagem musical mais ousada e diferente do Tuatha, que traz uma homenagem feita sob medida e de bom gosto a cultura irlandesa. Não é coincidência, mas sim um caminho natural que Bruno Maia (vocal, guitarra, flauta, bandololim, banjo etc), Edgard Brito (teclados) e Giovani Gomes (baixo e backing vocal) seguiram visto a enorme e sempre crescente influência tanto instrumental quanto lírica dessa cultura no folk metal desses mineiros. A produção sonora e visual foi feita de forma balanceada e sem excessos, o que agrega à qualidade final no conjunto da obra. Além disso, o álbum conta com ótimas participações especiais como Keith Fay (Cruachan), John Doyle (Solas), Daísa Munhoz (Soulspell), FolkMooney, Alex Navar, Manu Saggioro, Fabrício Altino, Marc Gunn, Marcell Cardoso, Nathan Viana, Rafael Delfino, Talita Quintano (Soulspell), Finn Magill, Kane O’Rourke e Rafael Salobreña (Taverna). Logo na abertura com a instrumental Nick Gwerk’s Jigs já se pode entender o que esperar do álbum, e ainda traz um traço da história mineira, visto que Nicholas Georg Gwerk foi um irlandês que participou da Inconfidência Mineira ao lado de Tiradentes em 1789. Na sequência, o clima festeiro e dançante de Molly Maguires é capaz de transportar mentalmente o ouvinte para uma típica taverna irlandesa e traz a participação de Keith Fay nos vocais e Kane O’Rourke no violino. Moytura é outro tema instrumental prazeroso de ouvir e ressalta o excelente trabalho percussivo que se nota em todas as faixas. Os arranjos da linda The Calling com a participação da belíssima voz de Manu Saggioro juntamente com The Wind that Shakes the Barley com o belo toque vocal de Daísa Munhoz e Newry Highwayman com a sutileza dos backing vocals de Talita Quintano também são demonstrativos do primoroso trabalho da parte acústica das músicas de forma geral contraposto às partes mais pesadas de guitarra. The Devil Drink Cider tem tudo para passar a figurar nos pontos altos dos shows da banda. O encerramento do álbum com a empolgante e agitada King traça ainda um paralelo com o fanatismo e farsa político-social que o Brasil se encontra imerso. Perante esse nebuloso ano pandêmico de 2020, In Nomine Éireann traz à luz da arte uma onda de energia vibrante com essa instigante proposta sonora. Pegue sua cerveja, coloque em alto volume e divirta-se! Nota: 10/10

Faixas: 1-Nick Gwerk’s Jigs / 2-Molly Maguires / 3-Guns and Pikes / 4-Moytura / 5-The Calling / 6-The Wind that Shakes the Barley / 7-Newry Highwayman / 8-The Master Reels /  9-The Devil Drink Cider / 10-The Dream One Dreamt / 11-King (Faixa Bônus)