WITCHHAMMER

Por Écio Souza Diniz                                 

THE FIRST AND THE LAST (1988)

Este primeiro trabalho desses mineiros, que foram um dos bons destaques da cena oitentista belorizontina do Metal nacional é um trabalho de primeira, e assim como seu sucessor, “Mirror, my mirror”, é um clássico. O álbum já abre com ‘Medicine blues’, um blues de primeira, mostrando a competência e versatilidade dos caras, e que não somente uma banda de Thrash metal. Na sequência vem ‘The first...’, que Já mostra um Thrash oldschool, que ao se ouvir, já dá para saber que se trata de uma banda da ótima safra mineira dos anos 80. A quebradinha meio blues/progressivo no final, acompanhada por riffs marcantes foi genial. ‘Misery’s genocide’ é outro Thrash impiedoso, com riffs rápidos e cortantes, e pancadaria incessante. Essa pegada é mantida em ‘Who is fat?’. Já ‘Harmony or violence’ tem um começo dedilhado muito bem feito, e uma pegada mais compassada, repleta de variações bacanas entre os riffs base. Os riffs agonizantes de ‘Words of desolation’ são outro bom destaque, e ‘Dartherium’, uma música marcante, se tornou um clássico da banda e do Thrash nacional. O clima denso de ‘...And the last’ fecha com chave de ouro este belíssimo trabalho do WITCHHAMMER.


Faixas: 1-‘Medicine blues’/ 2-The first.../3-Misery’s genocide/4-Who is fat?/5-Harmony or violence/6-Words of desolation/ 7-Dartherium/ 8-…And the last



MIRROR, MY MIRROR (1990)


Um dos grandes trabalhos do Metal nacional, “Mirror my mirror” deu ao WITCHHAMMER uma maior exposição a mídia e público, tanto dentro quanto fora do Brasil. Já com um Thrash numa roupagem mais Heavy, mas mantendo a agressividade sonora da banda, este álbum mostra uma evolução em termos de composição. A abertura com a erudita ‘Liberty’, com o vocal de soprano muito bem feito, já nos empolga e prepara terreno para a faixa-título, que tem um início apoteótico fantástico, que precede a pancadaria desta faixa. O ritmo constante de rifferamas de ‘Underground ways’ é mais um ótimo momento do álbum, e ‘From a suicide man to good’ é marcante com um final muito bacana. Após tanta pancadaria, nos é mostrado o lado Rock raiz da banda em ‘Mad inspiration’, uma baladinha a lá LED ZEPPELIN. ‘A party for the sunrise’ tem um começo com vocal lírico, que dá um ar místico na música, que depois muda seu andamento para um som rápido e com boas bases e um belo solo. Em ‘The worm that turned into man’, tem uma pegada meio punk em algumas partes. ‘The ice starts to metl again (Dartherium III)’ é a mais densa do trabalho, num ritmo mais arrastada. A pegada mais evidentemente punk é mostrada em ‘Hair’, que é outro excelente destaque no álbum. Para fechar este clássico, outra baladinha, ‘The lost song’, esta na linha mais blues, nos faz terminar a audição com gosto pelo tempo que empenhamos para tal. Essencial na coleção de todo Headbanger apreciador do bom de velho Metal brazuca.

Faixas:
1-Liberty/ 2-Mirror, my mirror/ 3-Underground ways/ 4-From a suicide man to good/ 5-Mad inspiration/ 6-A party for the sunrise/ 7-The worm tha turned into man/ 8-The ice starts to melt again (Dartherium part II)/ 9-Hair/ 10-The lost song



BLOOD ON THE ROCKS (1992)


Este é um trabalho excepcional da banda, que atingiu um nível de evolução nas composições, que é reconhecido até fora do Brasil. Realmente um Thrash metal envenenado, com bases altamente sólidas e fortes, o que já pode ser notado de cara na abertura com a poderosa faixa-título. Na sequência, ‘God’s growing older’ é marcante, daquelas que gruda na cabeça. ‘The leather boy’ tem aquela pegada mais arrastada, boa para bater cabeça e tem um ótimo solo, e já se liga diretamente em ‘The orchestra of irony’, que constitui um dos momentos do álbum, em que todo o conjunto instrumental (baixo, guitarra e bateria) tem um das melhores sincronias. O direcionamento de ‘Call: X’ quebra um pouco o arrastão Thrash que vem desde o início do set list, com sua mistura de Thrash com Blues mais latinizado. Após dar essa recuperada no fôlego, o Thrashão incessante volta a dar as caras em ‘Looking for war’, e isto se mantem em ‘Bitter night (Far from home)’ e ‘Switched on telly’. A atmosfera se torna mais adensada em ‘Path to the cemetary’, com seu ritmo mais cadenciado. ‘Terrorist prize’ fecha o álbum, e além de ser uma das melhores do álbum, é outro clássico da banda. 



Faixas:
1-Blood on the rocks/ 2-God’s growind older/ 3-The leather boy/ 4-The orchestra of irony/ 5-Call: X/ 6-Looking for war/ 7-Bitter night (Far from home)/ 8-Switched on Telly/ 9-Path to the cemetery/ 10-Terrorist prize



ODE TO DEATH (2006)


“Ode to death” marca o retorno da WITCHHAMMER, e chamou atenção, pois é um pouco diferente do que a banda havia feito até então, é mais cru, e uma influência forte de punk/hardcore. A abertura já é digna de mosh com a pegada mais punk de ‘Oija board’, seguida de ‘Wrath of witchhammer’, que mantem esse pique, mas com uma pegada mais Thrash. Um bom destaque no álbum fica a cargo de ‘Dartherium’ que ficou visceral, com bases soladas perfeitas e as partes mais riffadas tem até uma pegada Death metal, também mostrada nos vocais. ‘Me damnlawless killer-disgrace maker’ tem uma das pegadas mais agressivas do álbum. Uma levada a lá BLACK SABBATH, meio Doom, pode ser verificada em ‘Weekend in Auschwitz’. Já ‘Witchery’ é mais melódica, com solos harmoniosos e partes virtuosas, e isto é mantido em ‘Remains the same (Dartherium III)’. O batido punk encerra o álbum em ‘Perseguição’. Em resumo “Ode to Death” é um bom trabalho da banda, e apesar deste que vos fala ser fã dos dois primeiros, deve ser admitido que há vários elementos interessantes aqui. Agora nos resta esperar um próximo disco dessa grande banda de nossa cena.

Faixas:
1-Oija Board/ 2-Wrath of witchhammer/ 3-The machine of war/ 4-Dartherium/ 5-Metalphysics
6-Me damnlawless killer-disgrace maker/ 7-Kill us/ 8-Weekend in Auschwitz/ 9-Witchery/ 10-Remains the same (Dartherium III)/ 11-Headbangers united/ 12-Worldegerenation/ 13-Perseguição