ÁGONA: Evolução essencial!

Por Écio Souza Diniz

Nos anos 80, nosso país foi a cede de uma explosão de bandas inovadoras no Heavy metal, sobretudo nas vertentes mais extremas do estilo. Não restrito a isto, ainda somos contemplados com bandas de qualidade e com aspectos diferenciais. A carioca ÁGONA é uma forma de situar-nos no que estou dizendo, pois calcado em um som extremo, com elementos diferenciais, forte pegada e até mesmo face inovadora, ela vêm difundindo seu som e recebendo boa aceitação do público. Deste modo, para nos falar sobre a proposta musical da banda e muito mais, convidamos o baixista Rafael Ferraz e o vocalista Alan Muniz para bater um papo conosco. Acompanhem!

Pólvora Zine: Primeiramente, gostaria que nos falassem como surgiu a banda?

Rafael Ferraz: A banda começou no ano de 2005, formada por Alan Muniz (vocal) e Vinicius Bhering (b), logo no ano seguinte eles convidaram o Leonardo Milli (g) e a mim para entrar na banda. 

P.Z: Pouco tempo após a sua formação, a banda se estabilizou com uma formação que se mantêm até hoje. Como é a interação entre vocês para tornar o convívio duradouro. Todos colaboram nas composições?

Alan Muniz: Quase sempre na medida certa entre responsabilidade e diversão (risos). Acho que uma das coisas que nos mantêm bastante unidos é o fato de antes de ser o ÁGONA, já éramos todos amigos de colégio, e isso faz um longo tempo. Eu diria que somos quatro pessoas de personalidades bem distintas e fortes, mas o convívio e a amizade nos mantêm firmes. A maioria das músicas são feitas diretamente em conjunto, trabalhando no estúdio. As letras é que em sua maioria são feitas individualmente e discutidas depois.

P.Z: Após apresentar a banda à cena por meio da demo “Semente”, vocês lançaram um Web single, intitulado “Karma”, um trabalho agressivo, um tanto cru, porém bem estruturado. Como foi a recepção das pessoas à “Karma”?

Rafael: Foi sensacional lançar o “Karma”, as pessoas ainda não tinham uma idéia de como era o ÁGONA lançando um material maior que um Single. A recepção foi muito boa, até hoje o público pede as músicas nos shows.

P.Z: Atualmente, vocês estão divulgando o EP “Essencial putrefação”, que vejo como o melhor trabalho da banda até o momento, além de algo novo em termos de Metal. Nele vocês atingiram tanto um bom nível tanto em composição quanto na parte lírica, pois é um trabalho pesado, com bons timbres vocais, técnica na medida correta, e adição até de partes mais progressivas/atmosféricas e elementos sinfônicos. Tudo isto é algo que muitas bandas fazem, mas vocês conseguiram fazer soar bem autêntico. Como foi o processo de composição deste disco?

Rafael: Assim que lançamos o “Karma” marcamos uma pequena tour de divulgação durante todo o ano, e com isso conciliamos os shows com os ensaios e as sessões de gravação do nosso EP. Ficamos o segundo semestre todo nesse circuito, sem parar nem um dia.
Sobre a composição, apresentamos nossos riffs e assim vamos montando as músicas. O fato do nosso som ser autêntico é um processo natural, 95% do que levamos ao estúdio de gravação não sofre mudança nenhuma.

P.Z: A arte gráfica também é algo que chama a atenção, e foi algo bem elaborado em “Essencial putrefação”, desde a capa ao encarte com as letras. Quem é o responsável por esta parte na banda? O que essas artes representam pra vocês?

Alan: O processo artístico é do nosso irmão Raphael Gabrio, baixista do FORCEPS. Mas a idéia atrás da ilustração foi feita em parceria, onde tentamos de uma forma bem simples mostrar o que é nosso conceito de “Essencial Putrefação”, a decadência do ser humano e seu apodrecimento, afetando toda vida existente. E se vocês repararem, a capa do “Karma” faz parte do “Essencial”.

P.Z: Bem lembrado. A propósito foi uma sacada bem feita essa.

P.Z: A temática das letras também são diferenciais, pois atingem um nível filosófico emocional profundo, abordando a regressão da mente humana, sobretudo no os pensamentos se traduzem em ações e as conseqüências disso na vida de todos nós. Qual a reação das pessoas a essa postura ideológica da banda?

Alan: Eu diria que com o reconhecimento que já temos e o interesse das pessoas nas nossas letras, a reação é a melhor possível. Escrevemos para que as pessoas tenham seus tempos de reflexão e meditação, há um propósito em cada sílaba, e para nós é maravilhoso quando alguém quer se aprofundar na nossa ideologia ou questioná-la.

P.Z: Em “Essencial putrefação”, o andamento do set list é bem interessante, pois se inicia com a pedrada de ‘Caminhos fechados’, segue para um lado mais cadenciado em ‘Floresta de cadáveres’, atinge um nível rápido em ‘Destino de sangue’, migrando para uma atmosfera mais progressiva e sinfônica em ‘Frio’, que dá a vez a um ar atmosférico e misterioso de ‘Karma’, que é uma introdução para o fechamento com a poderosa ‘Ianuarius’. O que acham desta cronologia? Foi algo que ocorreu proposital ou naturalmente?

Rafael: Como eu disse antes, tudo ocorre de forma muito natural dentro do Ágona. Achamos legal abrir o disco com a ‘Caminhos Fechados’ por que como dizem, ela é um “tapa na cara” (risos). A ‘Floresta de Cadáveres’ e a ‘Destino de Sangue’ inicialmente era pra ser uma música só, mas resolvemos separar e por isso estão juntas no EP, e podem ver que tem uma junção entre elas. A ‘Frio’ como você falou, transmite mais o nosso lado progressivo, resolvemos colocar antes da ‘Karma’ até pelo clima das 2 músicas. E resolvemos colocar um single para fechar o EP, então escolhemos a ‘Ianuarius’ que foi a música que liberamos na internet antes do lançamento.

P.Z: No geral, como tem sido o saldo deste disco para vocês?

Rafael: Melhor impossível, é um disco que abriu muitas portas para o ÁGONA e nos ensinou muitas coisas. No momento colocamos ele para download, quem quiser baixar basta acessar: www.mediafire.com/?i527oamb20c9ohu

P.Z: Vocês têm recebido alguma proposta para tocar aqui em Minas?

Alan Muniz: Por enquanto só chamados não oficiais, sem confirmação. Mas eu gostaria de ressaltar que já tocamos em Belo Horizonte duas vezes e foi surpreendente a reação do público, esperamos voltar logo e mostrar toda brutalidade do ÁGONA!

P.Z: Quais são os demais planos por agora, fora a divulgação de “Essencial putrefação”?

Alan: Estamos em pré-produção do nosso primeiro CD e agendando mais shows. Em breve, todos vão poder acompanhar os passos dessa pré-produção e quanto ao material que vai nascer só posso adiantar uma coisa: espero que todos estejam preparados.

P.Z: Valeu pela entrevista. Boa sorte pra vocês nesta jornada!!!

Alan: Muito obrigado pelo espaço! Abraços fraternos!
Rafael: Nós que agradecemos! Quem quiser entrar em contato conosco é só mandar um email para agonaofficial@gmail.com e para ouvir o nosso WebSingle e nosso EP basta entrar nos seguintes links: www.facebook.com/agonaoficial  ou www.myspace.com/agonaoficial. Abraços e nos vemos por ai!