BLACK SABBATH - 13 (CD, 2013)



Quando o BLACK SABBATH anunciou lá pelos finais de 2011 o retorno da formação original e a gravação de um novo álbum, um sorriso se estampou no rosto de muitos headbangers e promotores de eventos ao redor do mundo. Como nem tudo são flores, poucos meses após este anúncio, TONY IOMMI foi diagnosticado com linfoma (um tipo de câncer no sangue), o qual ele lutou e tem encarado com garra. Ao se pensar que tudo estava resolvido com a melhora do guitarrista, BILL WARD confirmou sua não participação no retorno e com isso ainda mais se especulou sobre como seria o novo disco. Quem assumiria as baquetas? O retorno ocorreria assim mesmo? Pôs bem, IOMMI, OZZY e GEEZER BUTLER recrutaram o baterista do RAGE AGAINST THE MACHINE, Brad Wilk (embora teria sido mais lógico alguém do porte de um VINNY APPICE da vida), e em junho deste ano, 13 (o título também poderia ter sido mais criativo) foi lançado. Para produzir o disco, o produtor Rick Rubin entrou em cena, chegando para os três remanescentes, tacando o primeiro disco da banda na mesa e falando a eles que se inspirassem nele para conceber um disco nos respectivos moldes, cuja pegada seria puramente anos 70. Bom, de forma geral, 13 é um ótimo disco, mas Rubin já cometeu um grande erro abordando as coisas desta forma e vocês logo entenderam por quê.  O começo com End of the beginning retrata o clima da clássica música Black sabbath. Não ficou ruim, mas ficou meio descarado. Neste aspecto de levada mais arrastada, God is dead?  se saiu melhor, tendo como destaque as belas linhas do baixo de BUTLER, um toque de classe. Loner dá um ar bem forte de N.I.B, mas ainda sim prende a atenção. A fase de “Paranoid” (1970) é clara em Zeitgeist, que seria uma Planet caravan revisitada. Em Age of reason e Life forever o clima começa arrastado e depois socam o pé no acelerador, com riffs martelados.  Damaged soul é a melhor em minha opinião, pois realmente conseguiram recriar anos 70 sem autocopia, evidenciando a pegada blues distorcida e suja, que moldou a banda no fim dos anos 60 ainda como EARTH. Nesta música o charme fica por conta das excelentes bases e solos de IOMMI e a gaita de OZZY. Para fechar a edição simples do álbum, Dear father apresenta elementos que remetem à “Sabotage” (1975), com o vocal atuando em perfeita melodia e sincronia com os riffs da guitarra, encerrando com efeitos de trovões e chuva no típico estilo sombrio do Sabbath. Mas e BRAD WILD? Ele conseguiu copiar relativamente bem a técnica de BILL WARD, dando conta do recado e posso dizer que fez um considerável trabalho. Um bom e provavelmente último registro de estúdio destes dinossauros do Heavy metal. Nota 8,5.

Por Écio Diniz

Faixas:
1-End of the biginning
2-God is dead?
3-Loner
4-Zeitgeist
5-Age of reason
6-Life forever
7-Damaged soul
8-Dear father