Quando o BLACK SABBATH anunciou lá pelos finais de 2011 o retorno da
formação original e a gravação de um novo álbum, um sorriso se estampou no
rosto de muitos headbangers e promotores de eventos ao redor do mundo. Como nem
tudo são flores, poucos meses após este anúncio, TONY IOMMI foi diagnosticado
com linfoma (um tipo de câncer no sangue), o qual ele lutou e tem encarado com
garra. Ao se pensar que tudo estava resolvido com a melhora do guitarrista, BILL
WARD confirmou sua não participação no retorno e com isso ainda mais se
especulou sobre como seria o novo disco. Quem assumiria as baquetas? O retorno
ocorreria assim mesmo? Pôs bem, IOMMI, OZZY e GEEZER BUTLER recrutaram o
baterista do RAGE AGAINST THE MACHINE, Brad Wilk (embora teria sido mais lógico
alguém do porte de um VINNY APPICE da vida), e em junho deste ano, 13 (o título também poderia ter sido mais
criativo) foi lançado. Para produzir o disco, o produtor Rick Rubin entrou em
cena, chegando para os três remanescentes, tacando o primeiro disco da banda na
mesa e falando a eles que se inspirassem nele para conceber um disco nos
respectivos moldes, cuja pegada seria puramente anos 70. Bom, de forma geral, 13 é um ótimo disco, mas Rubin já
cometeu um grande erro abordando as coisas desta forma e vocês logo entenderam
por quê. O começo com End of the beginning retrata o clima da
clássica música Black sabbath. Não
ficou ruim, mas ficou meio descarado. Neste aspecto de levada mais arrastada, God is dead?
se saiu melhor, tendo como destaque as belas linhas do baixo de BUTLER,
um toque de classe. Loner dá um ar
bem forte de N.I.B, mas ainda sim
prende a atenção. A fase de “Paranoid” (1970) é clara em Zeitgeist, que seria uma Planet
caravan revisitada. Em Age of reason
e Life forever o clima começa
arrastado e depois socam o pé no acelerador, com riffs martelados. Damaged
soul é a melhor em minha opinião, pois realmente conseguiram recriar anos
70 sem autocopia, evidenciando a pegada blues distorcida e suja, que moldou a
banda no fim dos anos 60 ainda como EARTH. Nesta música o charme fica por conta
das excelentes bases e solos de IOMMI e a gaita de OZZY. Para fechar a edição
simples do álbum, Dear father
apresenta elementos que remetem à “Sabotage” (1975), com o vocal atuando em
perfeita melodia e sincronia com os riffs da guitarra, encerrando com efeitos
de trovões e chuva no típico estilo sombrio do Sabbath. Mas e BRAD WILD? Ele
conseguiu copiar relativamente bem a técnica de BILL WARD, dando conta do
recado e posso dizer que fez um considerável trabalho. Um bom e provavelmente
último registro de estúdio destes dinossauros do Heavy metal. Nota 8,5.
Por Écio Diniz
Faixas:
1-End of the biginning
2-God is dead?
3-Loner
4-Zeitgeist
5-Age of reason
6-Life forever
7-Damaged soul
8-Dear father