RED EVOLUTION: politizado e pesado.


Por Ramon Teixeira
A banda RED EVOLUTION Composta por Diego Andrade (vocal), Gustavo Sanches (guitarra), Guilherme Almeida (guitarra) e Fagner Silveira (baixo) e bateria gravada pelo produtor José Roberto, com menos de um ano de formação e com duas músicas em mãos – Our guns e Gaza –,caminha para a gravação de um EP e promete colocar o pé na estrada e disseminar o seu Metal de amplas influências, recheado de histórias de lutas revolucionárias pelos festivais do cenário underground brasileiro. Diego e Gustavo contaram para o PÓLVORA ZINE um pouco sobre a trajetória e os planos da banda.       
Pólvora Zine: Conte-nos como e quando surgiu a ideia de montar a banda.
Diego Andrade: O projeto surgiu no mês de julho de 2014 depois de uma jam session que fizemos no festival de inverno (XV Festival de Inverno de Manhumirim-MG) e gostamos do método de trabalho para a composição da música apresentada, Rosas Vermelhas (música não gravada). E pelos frutos que a música rendeu [a música lhes garantiu o segundo lugar no festival] vimos que seria uma boa continuar essa parceria e transformá-la em banda. E a ideia da temática, das letras, surgiu junto com a banda nessa época.
Gustavo Sanches: O festival pedia uma temática de composição mais simples, mais adequada a um público menos Rock and roll. Isso foi interessante porque tivemos que criar uma música em três dias e mesmo assim acabamos ganhando um prêmio no festival, e acabamos gostando do método de composição. Dessa forma temos conseguido manter um fluxo legal de composições.
P.Z.: De onde surgiu o nome Red Evolution?
Gustavo: Esse foi um nome que eu pensei e que mais tem a cara da banda já que nós estamos dispostos a fazer um rock em inglês e com um viés mais politizado, achei que isso transparecia o que queríamos. Não tem mais nenhuma banda com esse nome, a questão da exclusividade e achei que funcionasse bem para a ideia da banda. A ideia foi a de evolução vermelha mesmo, de poder fazer jogos de palavras, de poder pronunciar Red Evolution como “Revolution” se for falar rápido.
Diego: A banda é assumidamente socialista.
P.Z.: Por enquanto são duas músicas que vocês têm gravadas, Our guns e Gaza. Qual a concepção por trás das letras?
Diego: Alguns temas aparecem como prioridade. Primeiro gostamos de falar sobre fatos históricos aqui de nossa região, o leste de Minas. Nós gostamos de contar para as pessoas ou simplesmente despertar nas pessoas o interesse em pesquisar sobre esse tema. Foi o que aconteceu com a primeira música Our guns em que falamos sobre a Guerrilha do Caparaó, um fato que aconteceu aqui do nosso lado e que ainda é um fato desconhecido para muita gente e quanto à segunda música, Gaza, achamos que é um tema bem pertinente, bem atual e que provavelmente vai continuar infelizmente atual com o passar dos anos e se de alguma forma houver algum tipo de mudança nos rumos da história, a música vai representar um retrato do que foi esse século.
Gustavo: Importante também que a música tem nossa opinião, nosso viés sobre a situação. Nossa opinião de cunho de esquerda e ai quando nós falamos sobre a Faixa de Gaza, nós não falamos como Zakk Wylde (BLACK LABEL SOCIETY) fala do exército americano em Israel. Nós falamos do viés “Save Palestina”. Nosso viés quando falamos da Guerrilha do Caparaó é de quem gosta do movimento e se decepciona com o fato de não ter dado certo, é uma homenagem mesmo às pessoas que estavam lá.
P.Z.: Quais são as influências musicais da banda?
Diego: Você encontrará um aspecto bem diferente em cada integrante da banda. Por exemplo, no meu caso quando eu penso nas melodias, na parte vocal, eu me inspiro muito no Greg Lake (EMERSON, LAKE & PALMER), Steve Hogarth (MARILLION) e ultimamente tenho me inspirado em Chris Cornell (SOUNDGARDEN, AUDIOSLAVE). Entre as influências nacionais não tem como deixar de fora Mauro Henrique (OFICINA G3), porque em minha opinião esse cara é o melhor e influencia diretamente meu trabalho.
Gustavo: Quando eu componho as linhas de guitarra gosto de mesclar coisas de vários estilos, pode parecer estranho, mas uma grande influência minha é o Quentin Tarantino (cineasta responsável pelos roteiros de Pulp Fiction, Kill Bill, Bastardos Inglórios, entre outros], muito famoso por fazer colagens de filmes que ele gosta, pois nas músicas que componho eu vou fazendo colagens, pegando influências desde Jonh Petrucci (DREAM THEATER), Damebag Darell (PANTERA), o feeling do Zakk Wylde (BLACK LABEL SOCIETY), METALLICA, SLAYER, algumas coisas do MEGADETH, TESTAMENT. Sou muito fã do Thrash metal, ALICE IN CHAINS, o groove fantástico do RAGE AGAINST THE MACHINE, apesar de eu não ser muito fá do vocal puxado para o rap. Tenho influência também, é claro, de BLACK SABBATH.
P.Z.: Quais são os planos da banda para o futuro?
Gustavo: Temos alguns shows em vista e a ideia de terminar as outras músicas que já estão engatilhadas e tentar gravar isso para ver se finalizamos um EP.
Diego: A prioridade é a música autoral. Queremos compor incessantemente até chegar num ponto mais próximo possível da perfeição e tentar levar esse trabalho baseado no som próprio, no som autoral. Queremos meter o pé na estrada, trabalhar duro. Estamos dispostos a encarar o que chamam de “murro em ponta de faca” que é o cenário underground do metal.
P.Z.: Deixem uma mensagem para os leitores do Pólvora Zine.
Diego: Se você se identifica com as temáticas de nossas músicas e com o estilo musical da banda, continuem acompanhando que mais coisas interessantes estão por vir, a tendência é que as músicas fiquem cada vê mais pesadas. Esperem que vem coisa bem pesada por ai.
Gustavo: Acompanhe-nos no facebook e soundclound.