Por Lucas Araújo Alves
Integrado por jovens aficionados em sons explosivos do hardcore e metal. O politizado NAPALM DEATH da "sagrada" cidade de Birmingham (ING), criou nos anos 80 um novo formato para a música extrema, o esporrento e asqueroso Grind Core.
O grupo era o completo paradoxo de toda a baboseira pacifista sessentista e de todo "Way Of Live" da década de oitenta. Em 1987, o underground defecava e ao mesmo tempo vomitava, o álbum mais radical desde "Kill Em All" do METALLICA e "Apocalyptic Raids" do HELLHAMMER.
A estreia vinílica dos ingleses foi lançada de forma independente. O disco "Scum" cospe 28 cacetadas que confrontam à todos. O álbum demonstra um repulsivo distúrbio sonoro inovador. Batidas ultra rápidas de bateria, guitarras zombadas e vocais gritados e urrados. A representação musical demonstrava toda a insatisfação contra o capitalismo, e o narcisismo consumista e glamouroso da impetuosa era Teatcher e Reagan.
A arte do álbum demonstra uma enorme caveira apodrecida entorno à políticos e empresários do sistema capitalista, ao redor dos engravatados uma deplorável família miserável, e mais embaixo, diversos logos de multinacionais em meio a um lamaçal de esterco.
O primeiro torpedo do NAPALM DEATH, encerrou definitivamente a disputa entre os grupos por velocidade, o Death Metal já existia em 1987, mas coube ao Grindcore definir a violência sonora e o padrão crítico, politizado, putrificado e agonizante da "anti música".
O álbum têm duas formações distintas, no lado A do disco é composto por Nicholas Bullen (vocal e baixo), Justin Broadrick (guitarras) e o famigerado batera Mick Harris que tocou nos dois lados do play. No lado B, consta Lee Dorian (vocal), Bill Steer (guitarras) e Mick Whitley (baixo).
Essa diferenciação de músicos tornou "Scum" mais emblemático ainda, isso já era a coisa mais Punk/Core que uma banda podia fazer em pleno anos oitenta.
O NAPALM DEATH foi um dos grandes nomes na trajetória da estilhaçada música brutal, um dos representantes mais simbólicos e influentes da segunda onda britânica. Nessa onda, a escola da pancadaria inglesa ainda tinha representantes como CARCASS, BOLT THROWER, BENEDICTION e CANCER.